Inclusão de deficientes depende de ação em várias áreas, diz vereadora

23/02/2008 - 18h29

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A inclusão das pessoas com deficiênciano mercado de trabalho não depende só da iniciativa deempresas para se adequarem à Lei de Cotas ou da fiscalizaçãodo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quanto aocumprimento da norma. Depende de uma ação integradapara melhoria do transporte, da educação, da saúdee da acessibilidade das cidades, e também de uma mudançade atitude dos empresários. Essa é a opinião davereadora e ex-secretária municipal da Pessoa com Deficiênciae Mobilidade Reduzida de São Paulo, Mara Gabrilli (PSDB).Em entrevista à Agência Brasil,Gabrilli, que ficou tetraplégica após um acidente decarro ocorrido em 1994, afirmou que “nenhuma empresa vai estarpreparada para contratar uma pessoa deficiência atécontratar o primeiro, depois o segundo, o terceiro e entãoperceber que ele também é capaz. É precisodeixar o preconceito de lado", diz.A vereadora também disse que a exclusãosocial das pessoas com deficiência é histórica e,para solucioná-la, não adiantam açõesradicais, mas sim as coordenadas. “Para que as empresas contratemessas pessoas, o transporte vai influenciar, a calçada vaiinfluenciar, a formação dessas pessoas vai influenciar.Será que todos conseguiriam chegar ao trabalho? Seráque todos já passaram pela escola? Será que elas temsaúde para trabalhar?”, defende. Segundo ela, a cidade deSão Paulo tem 2.280 ônibus acessíveis adeficientes.Mara Gabrilli defende que a inclusão dos deficientescolaboraria com a redução do preconceito e dariacondições para que as pessoas exijam mudanças.