Construção civil em São Paulo poderia empregar 14 mil pessoas com deficiência

23/02/2008 - 18h41

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dados do Sindicato daIndústria da Construção Civil do Estado de SãoPaulo (SindusCon-SP) apontam que 682 empresas filiadas têm maisde 100 empregados e, portanto, devem ter no mínimo 2% do seuquadro de funcionários preenchido por portadores dedeficiência.Mas, fiscalizações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do estado deSão Paulo (SRTE-SP) realizadas em 282 empresas do setormostraram que elas empregam, atualmente, 1.900 deficientes, quandodeveriam empregar 9.900. Segundo a superintendência, se todasas 682 empresas se adequarem à lei, 14 mil pessoas comdeficiência serão empregadas no estado.Pactos firmados com sindicatos patronais sãoa alternativa encontrada pela SRTE-SP para a inclusão depessoas com deficiência no mercado. Desde 2005, o órgãojá assinou acordos com mais de dez entidades e apresentaresultados, segundo Lucíola Rodrigues Jaime, superintendenteresponsável pela fiscalização das empresaspaulistas.Lucíola Jaime afirma que, até ofinal do ano passado, 79.479 pessoas com deficiência estavamtrabalhando com carteira assinada no estado. O númerorepresenta cerca de 43% das 185.818 vagas que obrigatoriamentedeveriam ser preenchidas por deficientes. Ainda segundo ela, 60% dasempresas com mais de 100 funcionários sediadas em São Paulocumprem a Lei de Cotas."Várias empresas do setor jáforam multadas. Agora, têm dois anos para se adequar. Se nãocumprirem as metas, serão multadas novamente", alerta.Todos os acordos feitos pela SRTE-SP têm omesmo formato: empresas filiadas a sindicatos aderem ao pacto e têmaté dois anos para que pelo menos 50% das vagas destinadas adeficientes sejam preenchidas. Para compensar o prazo dado paraadequação, os empresários se comprometem aorganizar bancos de dados com informações dedeficientes interessados em trabalhar, qualificar essas pessoas paraque ocupem as vagas e realizar campanhas contra o preconceito e adiscriminação."O pacto é o embrião de umtrabalho de inclusão”, diz o diretor de RelaçõesCapital Trabalho do SindusCon, Haruo Ishikawa, organizador do grupode trabalho formado no sindicato para a discussão do acordo.“Durante dois anos, realizaremos uma série de atividadespara saber quem são essas pessoas [com deficiência],onde estão e se querem trabalhar”.