Permanece disputa entre governo e oposição por cargos da CPMI

19/02/2008 - 17h06

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - A oposição só deve ter amanhã (20) uma resposta sobre a decisão do governoem ceder a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) queinvestigará usos indevidos de cartões corporativos.Na dúvida, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), já inicioua coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) no Senado com o mesmo objetivo de investigação.Hoje, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), procurou o líder dogoverno no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para obter uma resposta sobre areivindicação de tucanos e do Democratas (DEM).Segundo ele, Jucá informou que está insistindo no compartilhamento doscargos e pretende reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para teruma resposta até amanhã.Oposição e governo travam uma queda-de-braço em torno da divisão do comandoda CPMI. Assim que o requerimento foi protocolado na Mesa Diretora do Senado,na quinta-feira da semana passada, o PMDB e o PT anunciaram os nomes do senadorNeuto de Conto (PMDB-SC) para a presidência e de Luiz Sérgio (PT-RJ) para arelatoria.A resposta da oposição foi imediata. DEM e PSDB começaram a falar em uma CPIexclusiva do Senado, para se contrapor à iniciativa dos governistas, a qual olíder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), qualificou de"provocação".Agora os oposicionistas trabalham em duas frentes: primeiro tentar negociarcom o governo a divisão dos cargos. Se houver uma negativa, a idéia, segundo Guerra,é partir para uma CPI do Senado."Estamos completamente informados e preparados. No caso de uma CPIconjunta [Câmara e Senado] vamos fazer um trabalho bastante forte. Foradisso, haverá uma CPI do Senado que não será do DEM nem do PSDB. Será compostapelo DEM, pelo PSDB e por senadores que tem elevada responsabilidade e espíritopúblico", afirma o presidente do PSDB.Qualquer decisão que seja tomada, ressalta Guerra, contará com "totalapoio" dos partidos de oposição. Ele admitiu a possibilidade de retirada dos representantes do PSDB e do DEMda CPMI, como forma de inviabilizar os trabalhos da comissão caso percebam quea intenção seja realizar uma investigação "chapa-branca".O presidente do PSDB destaca, no entanto, que essa decisão não está tomada eque caberá aos líderes partidários. Tanto tucanos como os parlamentares do DEM agem numa espécie de sintoniafina com as decisões e declarações dos governistas. "A cada momento há notícias. Vamos esperar que elas se confirmem doponto de ista do governo, qual é a atitude deles", afirma Guerra.Agripino Maia, líder do DEM, espera que, neste meio tempo de ações ereações, os líderes da base aliada e da oposição mantém conversas para setentar, por meio do diálogo, um acordo que permita o andamento dos trabalhos deinvestigação pelo Congresso Nacional.