Para professor, sucessão de Fidel por Raul Castro pode representar fechamento maior do regime

19/02/2008 - 20h37

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A sucessão de Fidel Castro por seu irmão Raul Castro pode representar um fechamento maior do regime cubano. A análise é de Paulo Pereira, professor do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).Para ele, Raul Castro é um “continuador do projeto histórico cubano” e deve “marcar posição em relação à herança de Fidel”. “Raul é sinônimo de continuidade, não de mudança, ou seja, não é uma nova liderança política. É uma liderança política que busca uma continuidade em função do próprio Fidel”, afirmou Pereira, em entrevista hoje à Agência Brasil.Por essa continuidade na sucessão, Pereira acredita que a tendência seja a de fechamento do regime cubano, pelo menos em curto prazo. “Não vejo grandes motivos para ter uma abertura do regime político cubano neste momento. Muito pelo contrário. O fato de entrar Raul denota uma instabilidade momentânea do regime cubano. Se a idéia é ter uma manutenção desse regime, tem que se criar mecanismos que o suportem. Para isso, pode ser utilizado um processo de fechamento.”“Pode ser que em médio e longo prazo, o governo de Raul não se estruture e não consiga se consolidar, abrindo espaço para manifestações de outros grupos políticos que querem a abertura. E aí, num médio e longo prazo, pode-se ter a transição para um regime mais aberto”, disse Pereira.Fidel anunciou sua renúncia ao poder em artigo publicado hoje (19) no jornal Granma, do Partido Comunista cubano.