Jucá diz que negociação continua apesar de requerimento da oposição para CPI

19/02/2008 - 19h01

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou hoje (19) que ainiciativa da oposição em apresentar um requerimento para a criação de umaComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar o uso decartões corporativos não vai atrapalhar a negociação para dividir com o PSDB ocomando da CPI mista."Estou trabalhando no sentido de buscar o entendimento nesta CPMI [ComissãoParlamentar Mista de Inquérito] para que tenhamos uma única CPIinvestigando os fatos".Jucá acrescentou que a decisão tomada hoje pelos oposicionistas foi"uma ação individualizada", que demonstra o desejo de fazer ainvestigação sobre os abusos praticados por servidores e autoridades públicasno uso dos cartões corporativos.Na avaliação dele, "não é um pedido de CPI no Senado" que vaigerar pressão para que o acordo seja ou não definido. Jucá considera que os trabalhos de investigação serão prejudicados se houverduas investigações sobre o mesmo fato por parte de duas comissões deinquérito.Segundo ele, duas CPIs criariam "confusão e desinformação" noCongresso e para a sociedade. "O melhor é fazermos uma investigação ampla com a participação daCâmara e do Senado".Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), aoposição "está escaldada" com promessas do governo e aguardaagora uma proposta concreta."Vamos simplesmente estar aqui para prontos para observar, ouvir,escutar. O fato é que não vão impedir a investigação, por meio de uma CPI, quetenha na sua direção alguém da oposição. Ficou claro como água isso hoje".De acordo com o senador, os governistas não teriam levado a sério aspropostas de criação de uma CPI para investigar os cartões corporativos.Mesmo assim, o parlamentar considera que há tempo para negociação emtorno do comando da CPMI."Queríamos que eles tivessem dito: olha, vamosdividir a direção [da CPMI] e fazer uma investigação séria, inclusivesem livrar a face dos cartões da Presidência da República. Conversaram demais,conversa fiada demasiada para o nosso gosto. Está nas mãos deles, se disseremerramos, queremos reconhecer o peso e o direito de vocês nós podemos, tranqüilamente,sentar e conversar com ele".