Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O economista Juarez Rizzieri, pesquisador daFundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe), manteve inalterada hoje (19) a projeção de altade 0,25% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para ofechamento de fevereiro e de 4% para o ano. A taxa havia sidocalculada, na semana passada, pelo coordenador da pesquisa, MárcioNakane.De acordo com Rizzieri, a pesquisa sobre o IPC mostraque, apesar do processo de desaceleração inflacionária- a taxa passou de 0,30% na primeira prévia de fevereiro para0,22% na segunda prévia - existem resultados do conjunto “quepreocupam”. Entre esses resultados está o avanço dospreços dos serviços pessoais em 0,59% ante 0,49%. “Trêsvezes acima da taxa de inflação”, observou oeconomista. Além disso, a alimentaçãofora de casa teve alta de 0,76%, igualmente acima da média doIPC. O grupo alimentação subiu apenas 0,11%, mas em seusubgrupo embute elevações bem acima do IPC. Os itensindustrializados passaram a custar 0,69% mais e os produtos innatura (1,04%). No último caso, as cotaçõesdependem de fatores sazonais como a variação climática.Rizzieri destacou que a oscilação pela demandaem serviços tem influência direta na avaliaçãodo cenário feita pelo Banco Central na hora de determinar sereduz a taxa básica de juros (Selic). Atualmente, a Selic estáem 11,25% ao ano e, segundo a última ata do Comitê dePolícia Monetária (Copom), a possibilidade de umapressão inflacionária maior poderia jogar a correçãopara cima. Para o pesquisador da Fipe, no entanto, se ocomportamento do mercado permanecer igual ao do momento e nãohouver eventuais impactos da economia externa, também nãohaverá motivos para mudanças de rumo por parte dasautoridades monetárias.