Agência Telam
Brasília - Do afastamento da Presidência de Cuba à renúncia,Fidel Castro apareceu poucas vezes e alimentou rumores sobre seuestado de saúde. Depois de quase meio século à frente do comando do país, o líder cubano delegou temporariamente, em 31 de julho de 2006, opoder a seu irmão Raúl Castro. Fidelhavia sido visto pela última vez em público cinco dias antese em 27 de julho daquele ano, fora submetido a uma cirurgia intestinal.No dia 1º de agosto, em mensagem à nação,Castro comunicou que seu estado de saúde era estável,mas classificou a informação como um “segredo deEstado”. As primeiras fotos do presidente de Cuba depois dacirurgia foram divulgadas em 13 de agosto, dia em que elecompletou 80 anos. No dia seguinte, Fidel apareceu num vídeoao lado do irmão e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.Em setembro, no jornal oficial do Partido Comunista, o diário Granma, Fidel declarou que “o mais grave de sua saúdeficou para trás”. No dia 13 do mesmo mês, apareceubastante magro, de pijama, ao receber o jornalista e deputadoargentino Miguel Bonasso.As primeiras imagens de Fidel de pé foram divulgadas nodia 14 de setembro, por ocasião de seu terceiro encontro comChávez. No final de outubro, depois de seis semanas sem sepronunciar como presidente, ele reapareceu num vídeo paradesfazer rumores de que seu seu estado de saúde havia piorado.Fidel assegurou que estava fazendo “todo o possível”para ajudar seu governo.No final de 2006, Fidel divulgou uma mensagem de saudaçãoao 48º aniversário da Revolução Cubana edisse que sua recuperação seria “prolongada”,mas que “estava longe de ser uma batalha perdida”. Surgem os primeiros rumores de que o líder cubano estariacom câncer, mas ele desmentiu a versão. Depois de oito meses de convalescência, Fidel publicou,emmarço de 2007, seu primeiro artigo em que ataca a políticade biocombustíveis dos Estados Unidos. No dia 1º demaio, o líder revolucionário se ausentou dascomemorações do Dia Internacional do Trabalho. Depois, revelou em um artigo escrito em maio do ano passado que teve quese submeter a várias cirurgias, mas que estavamelhorando, se alimentando “por via oral” e seu “peso eraestável”. No mês seguinte, a televisão cubanatransmitiu a primeira entrevista de Fidel desde a cirurgia. O lídercubano não dava sinais de retorno ao poder, mas afirmava quesua saúde não era mais um “segredo de Estado”.Cuba comemorou com homenagens discretas os 81 anos de idade de seupresidente, completados no dia 13 de agosto de 2007. Em setembro,Fidel reapareceu numa entrevista de televisão, onde não deu declarações sobre seu estado de saúde eironizou os rumores de que estava para morrer. “Ninguémsabe que dia vai morrer”, disse o líder cubano.Em dezembro passado, Fidel leu uma carta em rede de televisãoe disse que não tinha a intenção de se “apegar”ao cargo, nem de “obstruir o passo” dos jovens, mas que queriacolaborar com sua experiência no governo. Ele fazia campanha parao irmão Raul Castro e assegurava que sua candidatura adeputado contava com o apoio dos dirigentes.Em janeiro, depois de visitar o líder cubano, o presidenteLula assegurou que a saúde de Fidel era “impecável”e que o chefe de Cuba estava “pronto para assumir um papelpolítico". No mesmo mês, Fidel foi eleito deputado, oque abriu as portas para uma eventual reeleição.Agora, numa carta endereçada ao Granma, Fidel anunciou sua retirada do poder eafirmou que não “aspirará”, nem “aceitará”os cargos de presidente do Conselho de Estado e de Comandante emChefe.