Para Greenpeace, anistia ampla a desmatadores seria “inaceitável”

11/02/2008 - 20h48

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador dacampanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, disseconcordar com o estabelecimento, pelo governo, de um tratamentodiferenciado entre fazendeiros que desmataram mais de 20% de suaspropriedades na Amazônia antes de 1996 (quando medidaprovisória determinou a reserva legal de 80%) e aqueles que ofizeram depois, com o conhecimento da lei. Entretanto, Adáriocondenou qualquer iniciativa para garantir uma “anistia ampla,geral e irrestrita” a todos os desmatadores. “Isso é inaceitável”,afirmou em entrevista à Agência Brasil. O Greenpeace nãoadmite a visão de que seria necessáriose conformar com o desmatamento já consolidado. “Do ponto devista ambiental, não existe isso de que o que foi perdido,perdido está . Replantar as áreas é uma grandecontribuição climática, absorve carbono e recupera a biodiversidade ameaçada”, argumentou Adário,ao lembrar que a recuperação das áreasdesmatadas de forma ilegal representaria novas alternativas delocomoção para espécies em extinção.O coordenador doGreenpeace ressaltou que quem preservou 80% de sua propriedade nãopode competir com outro fazendeiro que desmatou 90% de sua área.“Se uma mudança da legislação igualar osdois, o que respeitou a lei vira otário.” Em defesa dorespeito à lei vigente, Adário criticou ainda aimpunidade no Brasil em relação aos crimes ambientais. “A maioria das multas não são pagas e nãotemos casos famosos de fazendeiros que estejam na cadeia por teremdesmatado de forma ilegal”, destacou.