Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Tanto o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, como o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descartaram hoje (11) os riscos de racionamento de energia neste ano. Na avaliação de Chipp, "as chuvas das últimas semanas, embora com atraso, deixaram a situação melhor". Ele lembrou que apenas na Região Nordeste os reservatórios estão em nível abaixo da curva de aversão ao risco, com 37,52% de sua capacidade. "Podemos dizer que está afastada qualquer possibilidade de racionamento ainda neste ano e nós já estamos inclusive preparando 2009", acrescentou. Dados do ONS apontam que nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste os reservatórios estão com 58,43% da capacidade (5% acima da curva de aversão ao risco); na Região Sul, com 60,75%, situação considerada "excelente" por Chipp; e na Região Norte, com 35,52%.A fim de economizar água até o final do ano, o diretor do ONS informou que o sistema elétrico vem recebendo energia também de usinas térmicas. E lembrou que "vem chovendo bastante na cabeceira do Rio São Francisco, em Minas Gerais, e é de lá que a água segue para a represa de Sobradinho, que abastece a Região Nordeste". Também para o presidente da EPE, "a situação é absolutamente tranqüila" e é "totalmente impossível" que o país volte a passar por racionamento de energia neste ano. “Antes mesmo das chuvas do final de janeiro e início deste mês nós já tínhamos a certeza de que não haveria racionamento, porque nós temos as térmicas funcionando com uma boa margem de segurança", disse Tolmasquim, ao lembrar que no racionamento de 2001 não havia térmicas: "Quando os reservatórios esvaziavam, não havia muito o que fazer, mas hoje se pode poupar água com o acionamento das térmicas." Ele destacou ainda que o sistema permite o intercâmbio de energia entre as regiões do país, por meio das linhas de transmissão. “O Sul duplicou a sua capacidade de intercâmbio com o Sudeste e o Nordeste aumentou em 2,5 vezes a capacidade de receber energia do Norte", informou.