Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As montadoras começarambem o ano tanto nos negócios fechados no mercado domésticoquanto no ritmo de produção. Elas encerraram janeirocom o melhor resultado já obtido no primeiro mês do ano,vendendo 40,6% mais veículos novos nacionais e importados doque em igual período do ano passado, o equivalente a 214.959unidades. A produção foi 24,2% superior. Na comparaçãocom dezembro, há um recuo de 11,3% nas vendas. “Énormal, ocorre em todos os anos por questões sazonais, fériasescolares e outros fatores vinculados à reduçãodas atividades após as festas de final de ano”, explicouJackson Schneider, presidente da Associação Nacionaldos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).O executivo informouque a entidade manteve a projeção de crescimento dasvendas em 17,5% este ano, totalizando 2,8 milhões de unidades.Se excluir os importados desse cálculo, o aumento seráde 14,4%.Também nãohouve alteração na meta de expandir a produçãoem 8,9%. Sobre dezembro último, houve crescimento de 15,5%.Entre os segmentos em alta está o de caminhões emáquinas agrícolas com um aumento de 42% sobre dezembrode 2007 e 85% sobre janeiro desse mesmo ano. Pelas estimativas deSchneider, pode ser até que ocorra um recorde de desempenho.“Achamos que há condições de superar osnúmeros de 2004, que foram muito bons”, disse ele sereferindo às máquinas agrícolas. O motivo éo avanço do agronegócio. No caso dos caminhões,o executivo disse que além da expansão de créditode forma sustentada, o que tem favorecido a demanda é odesenvolvimento da economia brasileira. Nesse segmento, a produçãoavançou em 14,4% sobre dezembro e 46,5% sobre janeiro do anopassado.Ao fazer uma análisesobre o mercado em geral de veículos, Schneider descartou orisco de desabastecimento ou de correções de preçosassociadas ao prolongado período de aquecimento das vendasinternas. “O comportamento doaumento [reajuste] de preço tem se mostrado nos últimoscinco anos um pouco abaixo da inflação para o período,portanto, não acredito que vá ter qualquer tipo deexpansão de preço”. Na avaliaçãode Schneider, o mercado “está muito competitivo”, emboracrescente. O grande indicador nesse sentido, conforme ressaltou, sãoconstantes anúncios de investimentos na produção.Na carta de desempenho,a Anfavea informa, por exemplo, que Fiat do Brasil pretende injetarR$ 5 bilhões na ampliação de oito unidadesindustriais, o que permitirá a criação de 5.500novos postos de trabalho nos próximos dois anos. Já a PeugeotCitroën do Brasil pretende investir R$ 110 milhões em suafábrica sediada em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, ea Volkswagen Caminhões e Ônibus vai aplicar R$ 1 bilhãonos próximos quatro anos na fábrica de Resende (RJ).De acordo comSchneider, nos últimos 12 anos a indústriaautomobilística criou quase 30 mil postos de trabalho. O ritmode contratações, disse ele, tem sido crescente. Emjaneiro, foram ampliadas l.l85 vagas, o que elevou a base deempregados de 120.338 para 121.523 pessoas.