Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os gastos pessoais depresidentes da República não serão o foco dacomissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) queinvestigará o uso de cartões corporativos. A informaçãoé do líder do governo no Senado, Romero Jucá(PMDB-RR), e do autor do requerimento que criou a comissão, odeputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). “Estamos investigandoperíodo de gasto do setor público, despesas feitas porfuncionários do setor público e, portanto, a idéianão é personalizar nos presidentes. Ao contrário”,disse Jucá, após reunião com o deputado.“O objeto dessainvestigação não é atingir a pessoa doatual ou do anterior presidente da República, mas sim, osgastos efetivos feitos com cartões corporativos, as fraudes eos saques feitos de cuja destinação de recursos nãose tem notícia”, comentou Sampaio. "A CPI quer sabercomo esses 11,6 mil cartões foram utilizados e não ondeo presidente Lula ou o presidente Fernando Henrique compravam suasroupas ou sua alimentação. Isso é diminuir a CPIe a função do chefe de Estado."Com relaçõesa outras autoridades e servidores, ele disse que a intençãoé detalhar o uso ao máximo: "Toda e qualquerutilização feita por qualquer um que não seja ochefe de Estado tem de ser pormenorizada item por item, sem exceção".Em caso de saques emdinheiro com cartão corporativo, Sampaio afirmou que o titulardo cartão será chamado para dar explicações."Se necessário, o que sacou será chamado e vaiexplicar a destinação do dinheiro sacado", disse."Temos casos identificados pelo TCU [Tribunal de Contas daUnião] em que identificamos, por exemplo, notasfalsificadas. Foram rasuradas para que alguém pudesse sebeneficiar desse uso indevido. Portanto, precisamos saber tudo isso."O deputado afirmou quenão pretende se candidatar à relatoria da CPMI. "Issoé uma decisão de partido e de proporcionalidade daCasa", comentou. Segundo ele, até amanhã orequerimento de criação da CPI mista seráprotocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado. Até o momento,de acordo com Sampaio, 126 deputados assinaram o documento. “NoSenado não teremos problema com as assinaturas”, avaliou.São necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 noSenado.O acordo por uma CPImista (formada por deputados e senadores) pôs fim a uma semanade discussões entre governo e oposição noCongresso.