Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar gastos com cartões corporativos e contas tipo B não deverá atrapalhar os trabalhos da Câmara ou do Senado. A previsão foi feita hoje (11) pelo presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), após acordo firmado pelos aliados do governo com a oposição, para a criação da CPMI. "A pauta da Câmara e a do Senado são muito mais amplas do que a de qualquer CPI", disse.Segundo Chinaglia, mesmo que a CPI atraia interesses, ela não vai alterar o ritmo de trabalho das comissões ou a pauta de votações. "Vamos conviver tranqüilamente com esta ou com qualquer outra CPI", acrescentou.Para o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), o ideal para o país seria não instalar uma CPI, "porque temos outras estruturas de Estado que podem fazer as investigações". Ele afirmou que para o governo não há problema em se criar a CPI e que "como houve insistência da oposição, vai-se criar uma comissão mista para investigar os últimos dez anos desses tipos de gastos".O líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), destacou a importância do acordo entre governo e oposição para criar a CPI, porque dela participarão deputados e senadores. "O governo teve a percepção de que nós íamos conseguir as assinaturas para a CPI mista e propôs então o acordo. Nós aceitamos", disse.