CPI dos Cartões Corporativos será mista, informa líder

10/02/2008 - 23h24

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A comissão parlamentar de inquéritosobre os gastos com cartões corporativos será mista, ouseja formada por deputados e senadores, segundo informou o líderdo governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-PE). Depois de conversa com o deputado Carlos Sampaio(PSDB-SP) Jucá disse que resolveu apoiar a CPI mista edesistiu de apresentar o requerimento. Segundo ele, a decisãofoi tomada porque a proposta do deputado prevê investigaçõesa partir de 2001, podendo retroagir a 1998, incluindo as chamadascontas tipo B.“Chegamos a umaposição de consenso. A nossa idéia bate emmuitos pontos com a proposição que ele [Sampaio] estáfazendo da Comissão Mista”, disse Jucá. “Vamosaprovar a CPI mista. A base do governo, e eu, pessoalmente,assinaremos o requerimento. Daremos o número necessáriotambém para que possa ser feita a CPI mista e o Congressopossa se debruçar no assunto, que é importante”,acrescentou.A idéia éinvestigar os gastos com cartões corporativos a partir de2001, quando o cartão começou a ser usado, mas essa apuraçãopoderá retroagir até 1998, quando ele foicriado. “Queremos retroagir para fazer análisecircunstanciada do gasto público e mudar essa visão degasto público. É importante ter um padrão degasto para que haja uma mudança e um maior controle dosgastos”, disse o líder do governo.Na semana passada, o senador havia prometido apresentar hoje (11) um requerimento para a criaçãode uma CPI no Senado sobre o assunto. Ele garantiu já ter 22das 27 assinaturas necessárias, e afirmou que caso integrantesda oposição se recusassem a assinar o documento, a base dogoverno teria número suficiente para a instalaçãoda CPI. “Já estamos com 22 assinaturasconfirmadas. Na segunda-feira [11] apresento novamente com 27, com abase do governo pedindo a CPI. Sem problema. Não é issoque irá barrar a investigação”, disse naúltima sexta-feira (8).A oposição sempre defendeu uma CPImista, formada por deputados e senadores, e apenas para investigar osgastos com cartões corporativos do governo a partir de 2001. Na sexta-feira, o vice-líder do PSDB noSenado, Álvaro Dias (PR), começou a coleta deassinaturas para a CPMI. No primeiro dia, seis senadores assinaram odocumento. “O que queremos é investigar cartõescorporativos, que é algo novo”, disse na ocasião osenador. A divulgação dos gastos com cartãocorporativo acabou provocando o pedido de demissão da entãoministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoçãoda Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Ela pagou despesas pessoais como cartão corporativo.