Tolmasquim defende participação de outros países na produção de etanol

10/02/2008 - 10h29

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Empresade Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim,defende que além da padronização do etanol e sua transformação em commodity (produto negociado em bolsas de mercadorias), se criemcondições para que outros países, principalmenteda África e da América Central, possam também setransformar em produtores de álcool.Tolmasquim acredita quea inserção de outros países no mercado produtorde etanol é fundamental para a garantia de suprimento aosmercados. “O etanol nãovai virar uma commodity se houver apenas um paísexportador. Para a solidificação do mercado mundial énecessário que haja outros países produzindo eexportando também. Só assim será obtida aconfiança por parte dos países que têm pretensõesde importar o produto”, defende.Tolmasquim éfavorável que o Brasil atue como país fornecedor detecnologia na produção do etanol. “O Brasil tem aíuma perspectiva boa de transferência de tecnologia na produçãode etanol para países que tenham solo adequado àprodução de cana-de-açúcar, como os daÁfrica, da América Central e mesmo da Ásia”.O presidente da empresaencarregada pelo governo federal de pensar o planejamento energéticodo país alerta, no entanto, que é preciso estar atentoàs condições de sustentabilidade da cultura dacana-de-açúcar de modo a que não possam ocorrerdanos ao meio ambiente ou à produção dealimentos no país.“O governo brasileirojá tem essa preocupação de criar critériosque garantam que o etanol produzido no país seja feito deforma sustentável, sem implicar em condiçõessociais ruins, afetando o meio ambiente ou mesmo competindo comculturas alimentares”.