Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma semana depois da entrada em vigor da medida provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos às margens de rodovias federais, a fiscalização continua diária. É o que informa o inspetor Wenis de Almeida, chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal no Distrito Federal (PRF-DF). Segundo ele, a fiscalização tem sido incluída nos cartões-programas, planejamento entregue aos policiais de plantão a cada dia.“Tem sido diária [a fiscalização], tem sido incluída nesse cartão-programa, durante as rondas em certos períodos do dia; principalmente no fim de semana, no período da tarde até a noite, a fiscalização é muito concentrada e nós temos verificado que muitos estabelecimentos, principalmente os pequenos, têm cumprido a determinação”, diz Almeida.A cada dia, cerca de 200 homens participam das atividades da PRF-DF, que envolvem a fiscalização em bares, o combate ao crime e o controle do trânsito nas estradas. Durante o carnaval, em alguns dias esse número chegou a ser três vezes maior, segundo o inspetor.No entanto, mesmo a maior dificuldade de acesso às bebidas alcoólicas perto das rodovias não tem evitado acidentes e flagrantes, que são rotina, de acordo com relatos dos policiais. Hoje (10), durante ronda na BR-040, próximo a Valparaíso (GO), em duas horas foram registrados três casos de infração.No primeiro, um motoqueiro caiu na beira da estrada depois de sair de uma chácara. Ele disse ter bebido duas latas de cerveja e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Apesar da recusa, as condições físicas atestavam a embriaguez – olhos vermelhos, cheiro de álcool e dificuldade de orientação.Um motorista foi multado em R$ 955,00 por dirigir embriagado e ganhou sete pontos na carteira, que foi recolhida e poderá ser suspensa. O teste do bafômetro mostrou uma concentração de álcool no sangue maior do que o permitido: 0,44 mg/l, quando o máximo é 0,3 mg/l.Em outra ocorrência, duas pessoas morreram em um acidente também na BR-040. Saindo de um jogo de futebol, o carro de seis amigos foi fechado e o motorista perdeu o controle, capotando o veículo algumas vezes. Os dois homens que estavam nos bancos da frente morreram no local. Os quatro que estavam atrás não tiveram ferimentos e confirmaram que todos beberam depois do jogo.Para o inspetor Almeida, acontecimentos como esses mostram que ainda há muito trabalho de conscientização a ser feito. “Esse trabalho de fiscalização tem surtido efeito, mas a gente tem um caminho longo a percorrer, muito longo mesmo”, afirma.