Congresso decide nesta semana a criação da CPI dos Cartões Corporativos

09/02/2008 - 23h41

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A semana começacom o embate entre o governo e a oposição na disputapela criação da Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) dos Cartões Corporativos. A oposiçãoquer que a investigação seja feita somente a partir de2001, quando os cartões foram criados. O governo quer ir aléme fazer uma investigação do uso dos fundos de suprimento nosúltimos dez anos, inclusive com a análise das chamadascontas tipo B, um sistema de contas correntes abertas em nome deservidores para pagamento e uso das verbas relativas a suprimento defundos e que vêm sendo substituídas pelos cartõescorporativos.O líder dogoverno no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresenta amanhã(11) um requerimento pedindo a criação de uma CPI noSenado sobre o assunto. Ele garantiu já ter 22 das 27assinaturas necessárias, e afirmou que caso integrantes daoposição se recusem a assinar o documento, a base dogoverno terá número suficiente para a instalaçãoda CPI. “Já estamoscom 22 assinaturas confirmadas. Na segunda-feira (11) apresentonovamente com 27, com a base do governo pedindo a CPI. Sem problema.Não é isso que irá barrar a investigação”,disse na sexta-feira (8).A oposiçãobriga por uma CPI mista, formada por deputados e senadores, e apenaspara investigar os gastos com cartões corporativos do governoa partir de 2001. Na sexta-feira, ovice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), começoua coleta de assinaturas para a CPMI. No primeiro dia, seis senadoresassinaram o documento. “O que queremos éinvestigar cartões corporativos, que é algo novo”,disse na ocasião o senador. O PSDB e o DEM sereúnem amanhã para definir a estratégia deinvestigação.A divulgaçãodos gastos com cartão corporativo acabou provocando o pedidode demissão da então ministra da Secretaria Especial dePolíticas de Promoção da Igualdade Racial,Matilde Ribeiro. Ela pagou despesas pessoais com o cartãocorporativo. Os ministros daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, edo Esporte, Orlando Silva, também têm cartãocorporativo pessoal.A crise fez com que ogoverno mudasse as regras no uso do cartão. O ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, recomendou que os ministros nãousem cartões corporativos em seu próprio nome. Oministro da Justiça, Tarso Genro, minimizou o assunto,afirmando que não há abuso de autoridades do governo nouso de cartões corporativos, e chamou de “artificialismoeleitoral” por parte da oposição a reaçãodiante da divulgação dos gastos.