Violência contra a mulher não aumenta no carnaval, diz ONG

06/02/2008 - 7h04

Mariana Jungmann
Enviada Especial
Olinda - Cerca de 300 mulheres são assassinadas por ano em Pernambuco, segundo a organização não-governamental (ONG) SOS Corpo. Mas, apesar de o carnaval ser uma festa na qual o consumo de bebida alcoólica cresce, nessa época do ano não há nenhum aumento nos registros de violência e morte de mulheres. “Ao contrário do que diz o senso comum, o homicídio de mulheres não cresce em feriados e festas”, explica Ana Paula Portela, presidente da SOS Corpo. Segundo ela, a violência contra a mulher segue uma lógica diferente, ligada ao comportamento de companheiros ou familiares, que é contínuo ao longo do ano. Maridos, namorados ou companheiros são os responsáveis pelas mortes em 70% dos casos. Apenas 17% dos assassinatos são cometidos por pessoas completamente desconhecidas.De acordo com Portela, existe um plano de propostas de políticas públicas para tentar diminuir a violência doméstica que inclui desde o aumento de delegacias da mulher até trabalhos educativos com ações voltadas para a sociedade como um todo – homens, mulheres, escolas. “Mas com relação aos homens agressores, antes de qualquer processo educativo, a Justiça precisa resgatar uma dívida social histórica e tratá-los como criminosos que são. Depois, como qualquer preso, eles devem sim passar por um processo de ressocialização”, afirma. Além disso, ela lembra que violência não é só física. Ela também pode ser psicológica e moral.