Elaine Borges
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O resultado do inquérito aberto pelaPolícia Militar do Distrito Federal para apurar se houve violência depoliciais contra foliões no desfile do bloco Galinho de Brasília, nasegunda-feira de carnaval, deve sair dentro de 40 dias. O tumultoocorreu por volta das 20h30, quando policiais tentaram retirar foliõesda Entrequadra Comercial 203/204 Sul para desobstruir a via e liberar otrânsito.Segundo o presidente do bloco, Romildo de Carvalho, foliõescontaram que foram atacados por policiais. “Recebemosalgumas pessoas lá no Espaço Gran Folia, avisando que houve uma verdadeira guerra na 203/204, com a polícia disparandotiros de festim e balas de borracha e atirando spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.”RomildoCarvalho disse que não entende a razão de a políciaexigir a desocupação do local, já que, de acordo com ele, o governo do Distrito Federal havia autorizado com antecedência arealização do desfile, partindo da via comercial atéo Gran Folia, localizado no Setor Cultural Sul.O comandante geral da Polícia Militar, coronel AntônioSerra, disse que o Galinho de Brasília cumpriu as regras,ao deixar a 203/204 Sul no horário estabelecido. O que nãoestava previsto, nem permitido, era que foliões permanecessemno local e fizessem um carnaval particular, obstruindo a via eincomodando moradores da área com o barulho, acrescentou.Serra disse que os policiais tentaram resolver o problema por meiodo diálogo, mas não funcionou. Segundo ele, os foliões resistiram à ordem de retirada, e os policiais pediram ajuda ao Batalhãode Operações Policiais Especiais (Bope), mas, como nãotiveram sucesso, foram obrigados a reagir. De acordo com o responsável pela Operação Carnaval, coronel Nelson Souza, na confusão, uma viatura da PM foi depredada e dois policias foram feridos com garrafas.“APolícia Militar, nesse momento, não usa a violência; usa a força", afirmou o comandante da PM. "Ela usa a força para conter uma injusta agressão. Por isso, ela usou da força necessária", ressaltou.A Polícia Militar sempre colaborou com oGalinho, disse Romildo de Carvalho, ao comentar a confusão entre policiais e foliões. Segundo ele, o bloco se reúne há 16 anos e nunca registrou ocorrênciapolicial. Depoisda apuração do caso, a Polícia Militar vaiencaminhar o resultado ao Ministério Público, que vai decidir se abre denúncia contra os responsáveis.