Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois das chuvas abaixo da média histórica na bacia do Rio São Francisco, no fim do ano passado, em janeiro elas voltaram com intensidade e os efeitos positivos já são sentidos nos reservatórios do Nordeste, informou hoje (6) Mozart Bandeira Arnaud, diretor de Operação da CompanhiaHidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Em entrevista ao programa Revista Brasil, da RádioNacional, ele afirmou que "as chuvas agora sãobem-vindas". E que a média de volume útil nos reservatórios da região está em 32%. "O maior reservatório, ode Sobradinho, chegou a ficar com 12,5% de volume útil emdezembro e hoje está em 24%. Jáchegamos em outros anos com valores inferiores e os reservatóriosvieram a encher no ciclo subseqüente”, informou. O diretor da Chesfdetalhou a situação atual em outros trêsreservatórios que, além de Sobradinho, têm influência direta no abastecimento de energia no Nordeste. O de TrêsMarias, em Minas Gerais, está com 51% de volume útil; o de Itaparica, em Pernambuco, com 28%; e o de Boa Esperança,no Piauí, com 60% de sua capacidade.No último dia 30, em entrevista à Agência Brasil, Arnaud destacou a redução de vazão de Sobradinho comouma medida importante no processo de economia de água erecuperação dos reservatórios. “Ainda precisamelhorar [o nível dos reservatórios]. Éimportante continuar com as medidas adotadas”, disse. Ele destacou ainda o parque térmico e aestrutura interligada do sistema elétrico, que permite transferência de energia entre asregiões, em caso de necessidade. “Em 2001 [ano em que houveum “apagão” energético no Brasil] podíamostrazer apenas 1.000 megawatts de outras regiões. Hoje jápodemos trazer até 3.500 megawatts”, exemplificou, aodescartar o risco de um novo racionamento de energia.