Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apesar de as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no porto do Rio de Janeiro ainda não terem se iniciado e enfrentarem dificuldades ambientais, o porto está sendo modernizado aos poucos e tem atraído o interesse de empresários, alega o diretor de Gestão Portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Hélio Sznajser.Segundo o diretor, as melhorias no porto do Rio podem ser comprovadas pelo tempo de descarga dos navios. “No passado, um navio com contêiner levava 20 horas para ser descarregado. Hoje, com todos os investimentos que estão sendo feitos, essa operação leva, em média, de sete horas e meia a oito horas”, compara.Na parte turística, Sznajser diz que o movimento de transatlânticos é crescente desde o final do ano passado. No carnaval, segundo ele, nove transatlânticos deverão aportar na cidade, 445 mil turistas. “Estamos passando para 153 escalas de navios. Então dizer que o Porto do Rio está obsoleto é negar a verdade”, alega.Sznajser cita ainda o caso dos grupos Multiterminais e Libra, que acabaram de adquirir dois contêineres de última geração para serem usados no porto. “Isso é uma prova de que os empresários estão apostando no porto do Rio”, avalia.O diretor também destaca os investimentos em segurança. Amanhã (22), o porto do Rio receberá a Declaração de Cumprimento do Código Internacional de Segurança das Instalações Portuárias (ISPS Code). Os investimentos foram de R$ 5,2 milhões e incluíram a instalação de 75 câmeras nos sete quilômetros do porto e novas bóias de sinalização adequadas às normas da Associação Internacional de Sinalização Marítima (Iala).Em relação às obras do PAC na ampliação do porto, Sznajser afirma que a parte mais difícil da dragagem continua sendo a obtenção das licenças ambientais. O principal problema, diz ele, é o tratamento do solo. “Eles acham que o solo está poluído e a dragagem, que remexe o fundo do mar, poderá trazer problemas para o ecossistema local”, ressaltou.Mesmo com as dificuldades ambientais, o diretor afirma que a Companhia Docas conseguirá vencer todos os prazos e resistências. De acordo com Sznajser, não existe justificativa para receios por parte dos órgãos ambientais: “Vai ser feito um monitoramento da Baía de Guanabara e não há o que temer com o solo que vai ser removido”.