Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relatório SituaçãoMundial da Infância 2008, divulgado hoje (22) pelo Fundodas Nações Unidas para a Infância (Unicef),mostra uma redução na mortalidade infantil no Brasil.Segundo o documento, em 1990 a taxa entre criançasde até 1 ano de idade era de 46,9 mortes para cada mil. Em2006, este índice caiu para 24,9 – praticamente metade dopatamar anterior. No mesmo período, a redução demortalidade entre crianças até 5 anos de idade foi decerca de 50%.O relatório revela, no entanto, os númerosda exclusão no Brasil: as crianças pobres têmduas vezes mais chances de morrer do que as ricas. A taxa demortalidade também é maior entre a populaçãoindígena (48,5 para cada mil nascidos vivos) e entre filhos demães negras – 27,9 por mil, 37% acima do registrado entrefilhos de mães brancas. Por estados, os maiores índicesestão em Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Paraíba.A menor taxa de mortalidade é registrada em estados do Sul eSudeste: Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.O Unicef cita dados do Ministério da Saúdeque indicam que nos últimos cinco anos caiu mais de 60% onúmero de crianças desnutridas com até 1 ano deidade. Restam, no país, 60 mil crianças abaixo do pesonessa faixa etária. Na faixa até 2 anos, a reduçãofoi de 72,4% – apenas 3,5% das crianças estão abaixodo peso, segundo o documento.No Nordeste, entretanto, o número équatro vezes maior do que na Região Sul. O pior índiceestá em Alagoas, onde a desnutrição atinge 7%dos meninos e meninas com menos de 2 anos de idade. O DistritoFederal tem o melhor resultado – apenas 0,7% das criançassão desnutridas nessa idade.Na área de educação, apenas15,5% dos 11,26 milhões de meninos e meninas com menos de 3anos freqüentam creches. O índice é melhor do queos 10,7% registrados em 2001. Na faixa entre 4 e 6 anos de idade, 76%de um total de 9,39 milhões de crianças estãomatriculados na pré-escola – acima dos 65,6% de 2001.Embora a redução da mortalidadematerna faça parte do quinto Objetivo de Desenvolvimento doMilênio, o número cresceu 2,1% no Brasil entre 2000 e2005, passando de 52,3 mulheres para 53,4 por 100 mil. O maioraumento ocorreu no Centro-Oeste (39,3%), seguido do Nordeste (16,3%)e Sul (2,1%). No Sudeste houve queda de 15,6% na mortalidade materna,e no Norte, redução de 7,7%.