Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O câmbio flutuante é um dos principais fatores que explica a estabilidade da economia brasileira, avaliou o ex-diretor de Relações Internacionais do Banco Central (BC) Paulo Vieira da Cunha ao passar o cargo para a nova diretora, Maria Celina Arraes. Cunha defendeu o fortalecimento da moeda brasileira no mercado internacional."A política cambial sempre foi vista no país de maneira errada, alvo de muitas críticas, mas sua definição foi fundamental para a formulação da política econômica, que tornou o real importante não só na América Latina, mas no contexto mundial", ressaltou Cunha. Segundo ele, a Diretoria de Relações Internacionais do BC "tem que estar sempre preparada para dar respostas à expectativa mundial em relação à economia brasileira".Para a nova diretora, Maria Celina Arraes, a política de câmbio flutuante abriu caminho para que o Brasil persiga o desenvolvimento sustentável. “A estrada está praticamente limpa”, disse. “O Brasil vive uma fase de prestígio internacional e tem sido requisitado pelos países de economia forte a expressar suas posições nas questões de interesse mundial.”Durante a solenidade de posse, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, destacou que o Brasil atualmente vive "um papel central" na economia internacional. Ele lembrou que o país preside o G-20, grupo das principais nações em desenvolvimento, que deverá ter reunião ainda este ano no Brasil. O G-20 foi criado em agosto de 2003, na fase de preparação para a 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), ocorrida em setembro daquele ano. O grupo concentra a atuação na tentativa de derrubar o subsídio das nações desenvolvidas para a produção agrícola e pecuária.