Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa básica de juros, também conhecida como taxa Selic, deve se manter em 11,25% ao longo de 2008, de acordo com a expectativa média de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras consultados pelo Banco Central (BC), na última sexta-feira (18), sobre tendências dos principais indicadores da economia.Eles chegaram ao final de 2007 com expectativa de que a taxa que remunera os títulos depositados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) cairia pelo menos mais meio ponto percentual este ano, de modo a terminar 2008 em 10,75%. Mas a turbulência financeira norte-americana se encarregou de alterar a projeção para 11,13% na pesquisa da semana anterior, e agora os analistas acreditam que não vai haver alteração nenhuma.As projeções foram divulgadas no Boletim Focus, distribuído hoje (21) pelo BC, e indicam que a economia deve mesmo fechar o ano com evolução em torno de 4,50% (e de 4,03% no ano que vem), embora a projeção para o crescimento da produção industrial tenha melhorado de 4,80% para 5%.Em compensação, os analistas reduziram de 42% para 41,80% a expectativa, no final do ano, para a relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país. Os consultores também reduziram de 40% para 39,50% a perspectiva para a relação dívida/PIB no final de 2009. Quanto menor essa relação, maior a solvência financeira do país.Em razão do enfraquecimento do dólar norte-americano, que deve terminar 2008 cotado a R$ 1,80, os entrevistados sustentam que o saldo da balança comercial (exportações menos importações) cairá dos US$ 30,60 bilhões estimados na pesquisa anterior para US$ 30 bilhões este ano. A queda projetada para o saldo comercial em 2009 é de US$ 29,34 bilhões para US$ 25,80 bilhões.Com isso, o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, antes estimado em menos US$ 4,75 bilhões, passa para déficit (saldo negativo) de US$ 5 bilhões em 2008. Pelos cálculos dos especialistas, o déficit deve evoluir de US$ 10 bilhões, na pesquisa anterior, para US$ 10,78 bilhões em 2009.