Secretário defende estudo sobre construção de penitenciárias agrícolas no Amazonas

19/01/2008 - 18h58

Alex Rodrigues*
Enviado especial
Manaus - O secretário nacional de Justiça,Romeu Tuma Júnior, integrante da comitivaliderada pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, RobertoMangabeira Unger, à região amazônica, defende a realização de um estudo para identificar a viabilidade da construção de penitenciárias agrícolas no Amazonas. “Aqui tem uma vocação importante,que é a construção de penitenciárias com fins agrícolas. Botar ospresos para plantar. Há terreno e vocação agrícola para isso. Vamosestudar a idéia e passar para o Departamento Penitenciário Nacional [Depen]do Ministério da Justiça, mas acho que dá para avançar em algumacoisa”, disse o secretário em entrevista à Agência Brasil.Segundo Tuma Júnior, a discussão sobre a instalação de presídios agrícolas, iniciativa que extrapola suas funções, é uma iniciativa do governo estadual. “Eu conversei com o secretário deAgricultura e ele tem um plano para possibilitar a ressocialização dodetento, botar os presos para plantar. É isso que temos de buscar. Temterra, há vocação agrícola. Os presídios, do jeito que estão hoje, nãodão nenhuma oportunidade para um preso se ressocializar. Tem gentedentro da cadeia, inclusive, que já cumpriu sua pena”.Tuma integrou a comitiva quevisitou os estados do Pará e do Amazonas entre terça-feira (15) e ontem(18). Para ele, a viagem foi importante nãosó para estreitar a cooperação entre o Ministério da Justiça e osgovernos estaduais, mas principalmente para obter informações sobre aatuação das organizações não-governamentais (ONGs) na região.“Conseguimos avançar bastante na questão do trabalho de levantamento dedados sobre a atuação das ONGs. Deu para encontrar algum viés que nãoconhecíamos e isso será de bastante utilidade".O secretário também destacou a oportunidade de tratarde ações concretas com os governadores e secretários estaduais desegurança. Ele citou conversas sobre a realização de cursos decapacitação no enfrentamento à lavagem de dinheiro e a possívelcriação de políticas estaduais de enfrentamento ao tráfico de pessoas.Ele também lembrou que o governo editou recentemente,por meio de decreto, um Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico dePessoas.