Deputado diz que governo não precisa de nova CPMF para seguir investindo em saúde

19/01/2008 - 15h28

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O crescimento da arrecadação tributária no anopassado "prova que o governo tem como conter a crise do setor de saúdesem precisar de CPMF [Contribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira] ou de qualquer outro imposto".A afirmação foi feita hoje (19) pelo deputadoe presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Darcísio Perondi (PMDB-RS), em entrevista ao programa Revista Brasil, daRádio Nacional, e se contrapõe à opinião de parlamentares da base governista quedefendem a recriação de um imposto, cuja alíquota seria 0,20%, totalmente destinado à saúde. A proposta de um novo imposto nos moldes da CPMF é encampada também pelo presidentre do Conselho Nacionalde Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Osmar Terra.Darcísio Perondi elogiou o governo pela"extraordinária arrecadação" obtida em 2007, que "superou todas asexpectativas", e lembrou que o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, fez estimativas positivas para 2008, ao dizerque a arrecadação neste ano vai ser melhor ainda: em torno de R$ 666bilhões. Para Perondi, o número deve ser ainda maior já que "aReceita sempre subestima os cálculos".Como médico, Perondi reconhece que o fim da CPMF provocouforte baque nas contas do Ministério da Saúde e disse que os R$ 48bilhões previstos no orçamento "são insuficientes" para o ministro JoséGomes Temporão cumprir os compromissos deste ano. Entretanto, o parlamentar não acredita que a criação de novos tributos seja a solução. Ele defende o aumento dos recursos para o setor, a partir das negociações, que devem ser retomadas no mês que vem, para aprovação do Orçamento Geral da União de 2008.Para Perondi, o principal problema da saúde é a escassez de recursos. Entretanto, ele ressalta a necessidade de uma gestão mais eficiente.