Parentes de vítimas de acidente aéreo pedem boletim mensal sobre apurações

17/01/2008 - 21h01

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dentro de uma semana, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deverá responder às reivindicações entregues hoje pela Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907 da empresa Gol. A expectativa é de Angelita De Marchi, presidente da associação, após reunião hoje (17) com o ministro e a presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira.Ela também sugeriu, no documento entregue a Jobim, que o ministério forneça um boletim mensal com as providências adotadas em todas as instâncias envolvidas nas apurações. “Ele deixou uma pessoa encarregada de estar em comunicação conosco, que é o comandante Gonçalves, deixou um canal aberto", disse. Outra demanda dos familiares das vítimas é que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realize reuniões trimestrais com a associação, independentemente da quantidade e relevância de novas informações. A última reunião com a Cenipa foi realizada há nove meses – foi desmarcado o encontro agendado para o início de setembro passado, sob a alegação de que não havia novidades. "No entanto, fomos por diversas vezes surpreendidos com notícias de preliminares do processo divulgadas à imprensa”, lamentou. E acrescentou saber que as empresas envolvidas no acidente – Gol, ExcelAir, Honeywell, Embraer – já tiveram acesso ao processo, “menos os familiares”.Sobre as indenizações, Angelita De Marchi informou que a Gol já fez alguns acordos com parentes das 154 vítimas do acidente. “Temos quase 120 famílias com ações nos Estados Unidos e umas cinco ou seis somente que entraram com ações aqui no Brasil. A Gol recorreu e foi rebaixado para R$ 200 mil o pagamento da primeira indenização, de R$ 2 milhões, mas não sabemos os critérios adotados", disse.No documento apresentado ao ministro, a associação reivindica ainda que, na eventualidade de ficar comprovada alguma responsabilidade da União no acidente, o pagamento das indenizações não se prolongue por dez ou 15 anos, "como já vimos ocorrer no passado".