Priscila Galvão
Da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul fez, hoje (17) à tarde, uma investigação em assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Fazenda Anoni, no município gaúcho de Pontão. Delegados da Polícia Civil, acompanhados da Brigada Militar, cumpriram ordem judicial para procurar armas e material supostamente roubado pelo movimento.Segundo o MST, nenhum objeto suspeito foi encontrado na fazenda, onde o movimento realiza um encontro estadual. De acordo com o procurador Carlos César D’Elia, houve dificuldades na negociação, mas a operação foi pacífica.“As maiores dificuldades foi com a Brigada Militar, mas chegamos a um acordo em que um grupo de policiais entraria com os delegados e revistaria todo o local, inclusive dos ônibus que deveriam ser verificados”, explicou D’Elia. “Nada foi encontrado realmente.”“Na verdade, o que aconteceu é que alguns ônibus pararam no município de Sarandi e os sem-terra fizeram uma manifestação em frente à sede da Fazenda Guerra, cuja desapropriação é uma antiga reivindicação nossa”, afirma Claudir Gaiado, membro da coordenação estadual do MST e do assentamento Novo Sarandi.Gaiado ressalta que a área é de assentamento, não de ocupação, e o mandado de busca de apreensão não justifica a mobilização. “Para mim, isso é uma forma de perseguição à reforma agrária”, critica.A Brigada Militar informou que apenas cumpriu ordem da Justiça estadual. Entre os objetos incluídos no mandado de busca, estavam um rádio de carro, um anel (sem qualquer especificação), uma máquina fotográfica (sem qualquer especificação) e R$ 200.Para fazer a operação na Fazenda Anoni, um assentamento criado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há 22 anos, a polícia, segundo o MST, precisaria de autorização da Justiça Federal.