Presidentes da Argentina e da Bolívia vão lançar licitação para gasoduto

17/01/2008 - 20h39

Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Bolívia, Evo Morales, se reunirão no dia 25 deste mês em Buenos Aires, capital argentina, para lançar a licitação internacional para o abastecimento de tubos destinados à construção do Gasoduto do Nordeste. É o que noticia a Agência Boliviana de Informação (ABI). O gasoduto deve garantir o fornecimento de 27,7 milhões de metros cúbicos de gás natural da Bolívia para a Argentina, por dia, durante 20 anos.De acordo com o ministro da Presidência boliviano, Juan Jamón Quintana, os ministros de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, e do Planejamento Federal argentino, Julio de Vido, “estão trabalhando para encontrar a equação energética que expresse a vontade política [da Bolívia] e as necessidade do mercado energético [da Argentina e do Brasil]”.“Temos que trabalhar com o Brasil para uma melhor distribuição da exportação do gás na medida em que a Argentina exija maior volume”, afirmou. Quintana disse que o Brasil “está atravessando uma crise energética, mas a Argentina está incrementando seu crescimento econômico”, situação que “obriga os bolivianos a acelerar a pesquisa e a exploração de gás”.De acordo com o ministro boliviano, a Argentina precisa de mais gás, “e nós temos que honrar o compromisso de vender mais gás”. Para Quintana, a descoberta de novas reservas no poço de Huacaya, no sul do país, “facilitaria o envio de um volume maior” de gás.O ministro Quintana afirmou que conversou com o secretário-geral da Presidência da Argentina, Oscar Parrilli, para definir a data da reunião dos presidentes dos dois países e iniciar a convocação pública para a aquisição dos tubos do gasoduto. “Estamos analisando essa licitação pública internacional para o dia 25 deste mês em Buenos Aires, para destravar a demora na construção do novo gasoduto, e é provável que essa seja a data de encontro dos dois presidentes”, afirmou.O ministro disse que o governo boliviano está “tratando de compatibilizar o tempo da parte vinculada à obtenção do gás e à construção do gasoduto”, que demandará “quase três anos”. Também afirmou que Huacaya não é o único poço de gás novo. “Há 15 dias foram descobertas novas reservas na cidade de Santa Cruz”, informou, motivo pelo qual a Bolíva está “incrementanto o potencial de gás para exportação”.