Para secretário, Amazônia será região estratégica quando governo definir responsabilidades

17/01/2008 - 15h06

Alex Rodrigues
Enviado especial
Manaus - Para que a Amazônia se torne uma região estratégica para o país, é necessário que o governo comece a definir o organismo institucional que será o responsável por conduzir esse projeto. A opinião é do secretário de governo do Pará, Cláudio Puty. “Há relações contraditórias emdiversas instâncias [de governo]. Há problemas institucionais como, porexemplo, relações conflituosas entre o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], entre o Ministério doMeio Ambiente e o do Desenvolvimento Agrário”, disse Puty à AgênciaBrasil.“É fundamental definirmos que tipo de organizaçãoinstitucional vai conseguir colocar a Amazônia como centro daestratégia de um país reinventado”, avaliou.Nos últimos dois dias,Puty participou das reuniões do ministro extraordinário de AssuntosEstratégicos, Roberto Mangabeira Unger, com a governadora Ana JúliaCarepa, a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, acadêmicose representantes do empresariado e da sociedade civil paraense.Durante as reuniões, Mangabeira defendeu a idéia de que “transformando a Amazônia, o Brasil setransformará”.Embora considere “proveitosa” a visita do ministro para sensibilizar o país sobre a importância da Amazônia, osecretário destacou que há uma certa cautela do governo do Pará. “Nãoqueremos criar falsas expectativas em relação às propostasministeriais. Algumas idéias como, por exemplo, um novo modelo dedesenvolvimento da Amazônia, estão em concordância com nosso governo”,afirmou ele. “Também concordamos com a necessidade de um novo desenhoinstitucional para tratar da questão da mineração, tanto em relação àtributação quanto à criação de empresas públicas que consigam voltar ater controle sobre as nossas minas.”    Já na primeirareunião, realizada na terça-feira (15), em Belém (PA), Puty lembrou oministro e sua comitiva de que existe uma série de propostas dedesenvolvimento para a região, como o Plano Amazônia Sustentával (PAS). “A experiência de ação estatal na Amazônia é de 'forçar a barra'. Sãofeitos planos sem considerar que já existe toda uma vida, uma históriae um modelo de formação social. Uns deram certo, outros foramparalisados e alguns precisam ser retomados. Eu sugeriria queretomássemos o PAS e que identificássemos porque determinados planos nãoderam certo”, comentou Puty.  Perguntado sobre o Programa deAceleração do Crescimento (PAC), Puty apontou o que classificou como“sensibilidades distintas” em relação ao programa federal, aos projetosconsiderados prioritários pelo governo do estado e a algumas das propostas do ministro. “O PAC trata de questões associadas à logísticapara escoamento do agronegócio, como o asfaltamento da BR-163 e daTransamazônica, obras fundamentais, mas que também expressam uma visãodo que deve ser o território amazônico em sua parte paraense. Achamosque é importante que, além da infra-estrutura logística, consigamosestabelecer processos produtivos que, associadas a essas grandes obras,dialoguem com as atividades já existentes.”