Para associação, greve dos advogados públicos prejudicará população e obras do PAC

17/01/2008 - 20h26

Tatiane Saraiva
Da Agência Brasil
Brasília - A greve dos advogados e procuradores da União, que começou hoje (17), prejudicará a população e terá impacto sobre obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), avalia o presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), José Wanderley Kozina.Segundo Kozina, a população mais prejudicada será os que necessitam de defensores públicos (advogados custeados pelo Estado). Durante a paralisação, por tempo indeterminado, somente os casos prioritários, que representam cerca de 30% do total, serão atendidos.Os advogados estão parados até que o governo cumpra com o acordo, que prevê reajuste salarial de 30% até 2009. Entre eles estão os advogados da União, procuradores da Fazenda Nacional, procuradores federais, procuradores do Banco Central e defensores públicos da União.Para o presidente da Anauni, a suspensão dos reajustes por causa do corte de R$ 20 bilhões no orçamento é um erro. “O governo deve ter prejuízo superior a R$ 20 bilhões com a greve, por conta de uma posição intransigente”, afirma.Em relação aos empreendimentos do PAC, Kozina avalia que as obras com pendências judiciais sofrerão com a greve dos advogados. “Essas obras constantemente são questionadas na Justiça por causa de problemas ambientais ou conflito de interesse entre empresas privadas”, explica. “Quem enfrenta as discussões judiciais e defende a União, nesses casos, é a advocacia pública.”A paralisação, destaca o presidente da Anaui, poderá afetar inclusive as obras de transposição do Rio São Francisco. “Foi a Advocacia-Geral da União, por meio de seus advogados, que conseguiu suspender as diversas ações judiciais que impediam o prosseguimento da obra”, alega.