Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A melhoria das condições de financiamento justifica o aumento de 96% no volume crédito imobiliário no Brasil registrado no ano passado, em comparação a 2006, segundo balanço divulgado hoje (17) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Os números mostram que o volume de novas contratações de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança atingiu R$ 18,3 bilhões em 2007.Na avaliação do diretor-geral da Abecip, Osvaldo Correa Fonseca, desde 2004 tem havido redução das taxas de juros, aumento nos prazos de pagamento e ampliação do percentual do valor do imóvel que pode ser financiado. O desafio, agora, segundo ele, é fazer com que o aumento na renda do trabalhador seja convertido em crescimento do mercado de crédito imobiliário. De acordo com Fonseca, uma pessoa que ganhava seis salários mínimos há dois ou três anos comprava um imóvel e financiava R$ 80 mil. Com a mesma renda, essa pessoa pode hoje financiar em torno de R$ 150 mil.“A capacidade de pagamento não ocorreu pela melhora da renda. Foi pelas melhores condições financeiras ofertadas pelos agentes financeiros”, alego Fonseca. “Num segundo momento, se houver melhora da renda, haverá um segundo crescimento.”Em 2008, a expectativa da Abecip é que o ritmo de crescimento se mantenha ainda impulsionado pelas condições de financiamento oferecidas pelo mercado. “As condições agora são muito boas para a pessoa aproveitar e ter a oportunidade de comprar um imóvel”, diz o presidente da entidade.No ano passado, foram financiadas somente com recursos da caderneta de poupança 195,98 mil unidades habitacionais, contra apenas 20 mil em 2002. Para 2008, Fonseca estima que esse número aumentará 25%: “Estamos falando em torno de 250 mil unidades”. Ele acredita que o recorde de imóveis financiados com recursos da poupança, que foi de 270 mil unidades habitacionais em 1984, será batido “com certeza” em 2009.Em termos de captação, a Abecip considerou o desempenho das cadernetas de poupança muito favorável em 2007, mostrando elevação de R$ 26,5 bilhões na captação líquida, que corresponde à soma dos depósitos menos as retiradas. Somente em dezembro do ano passado, a poupança registrou entrada líquida de recursos de R$ 8,1 bilhões, contra R$ 6,3 bilhões no mesmo mês do ano anterior.