Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise no mercado imobiliário norte-americano não deve afetar o mercado financeiro brasileiro. A avaliação é do presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Neves Penteado Moraes.Para Moraes, é “exagerada” a opinião de alguns especialistas que indicam a possibilidade de as turbulências nos Estados Unidos se refletirem sobre a economia brasileira de maneira geral. Segundo ele, o país teve um momento muito favorável no comércio internacional com a elevação do preço das commodities (produtos agrícolas e minerais) nos últimos anos. “Essa é a única coisa que poderia afetar um pouco o bom cenário que perdurou até agora”, acredita.Moraes afirma que o desaquecimento na economia dos Estados Unidos pode eventualmente diminuir a demanda por alguns produtos brasileiros. Ele, no entanto, não acredita que o efeito sobre as exportações do país será forte. “Na cadeia de alimentos ou na metalurgia pode haver algum tipo de retração, mas nada que comprometa de maneira forte a solidez da economia e o crescimento interno”, destaca.O presidente da Andima, no entanto, admitiu a possibilidade de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ser um pouco menor neste ano. Apesar disso, ele não prevê que o impacto será relevante sobre a atividade econômica. “Em vez de crescer 5% este ano, a economia brasileira pode crescer entre 4% e 4,5%. É algum impacto, mas não é preciso exagerar”, diz.Segundo Moraes, nem fatores internos devem comprometer o mercado financeiro no país em 2008. Para ele, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado no início do ano, provocará a elevação das taxas de longo prazo. Moraes, no entanto, afirmou que, mesmo assim, o crédito continuará se expandindo. “Esse movimento não é forte o suficiente para inverter a curva de expansão do crédito”, avalia.