Procura por vacina contra febre amarela continua, apesar de apelos do governo

14/01/2008 - 13h30

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar dossistemáticos pedidos do Ministério da Saúde e desecretarias locais para que apenas moradores e visitantes de regiõesde risco se vacinem contra a febre amarela, a busca pela imunizaçãocontinua intensa. Em Goiás e no Distrito Federal, áreasque registram casos suspeitos da doença, mais de 2,7 milhõesde pessoas foram vacinadas até ontem (14).De acordo com o governo, é mínimo o risco de contrair febreamarela fora de áreas rurais. Informaçõesoficiais garantem que há mais de 65 anos, casos urbanos dadoença não são registrados no país.A Secretaria deSaúde do Distrito Federal, que já vacinouaproximadamente um milhão de pessoas, tem enfatizadoque não é preciso repetir a vacina em períodoinferior a dez anos, tempo em que a fórmula assegura aimunidade. Na última sexta-feira (12), o subsecretáriode Vigilância à Saúde do DF, Joaquim CarlosBarros, afirmou que a reaplicação desnecessáriada vacina pode até causar efeitos colaterais como febre,intoxicação, mal-estar e abcessos.Jamais houveregistro de febre amarela contraída em Brasília,segundo autoridades locais. Os casos registrados na cidade foram depessoas infectadas em outros estados. Até dezembro, informou aSecretaria de Saúde, mais de 90% da população jáestava imunizada e, portanto, não seria necessária aintensa procura pelas vacinas.Domingo (14), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão,fez um pronunciamento oficial sobre a incidência de febreamarela no país e também salientou que a vacina deve ser aplicada apenas em casos específicos.“Sevocê não mora ou não viajar para essas regiões[de risco], não precisa se vacinar. Quem já se vacinoupode ficar tranqüilo: o efeito da vacina protege as pessoasdurante dez anos. Portanto, só procure os postos de saúdese morar ou for visitar as áreas de risco e nunca se vacinouou foi vacinado antes de 1999”, solicitou.Assim como já havia garantidona semana passada, Temporão disse que não hárisco de uma epidemia de febre amarela no país. “Estouaqui para tranqüilizar a população sobre umassunto que está preocupando os brasileiros nos últimosdias. O temor de que esteja ocorrendo uma epidemia de febre amarelano país. Não existe risco de epidemia. O Brasil nãotem casos de febre amarela urbana desde 1942. Os casos registrados delá para cá foram todos de febre amarela silvestre, ouseja, de pessoas que contraíram a doença nasflorestas”, assegurou.De acordo com informações do Ministério daSaúde, dos 24 casos notificados até agora em todo opaís, apenas os exames de GracoAbubakir, morto em Brasília na semana passada, e de umapaciente internadaem São Paulo confirmaram a presença do vírus dafebre amarela. Em cinco das notificações, a ocorrênciada doença foi descartada.No últimosábado (12), mais uma morte suspeita ocorreu na regiãoCentro-Oeste. O lavrador espanhol Salvador Perez dela Cal morreuno Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Goiânia apósapresentar sintomas da febre amarela.Segundo os médicosresponsáveis, o quadro do estrangeiro, que havia adquirido uma fazenda em Goiás, piorou de maneira muitorápida e culminou em uma parada cardio-respiratória. Olaudo que vai apontar a causa da morte do estrangeiro sai em atésete dias.