Mylena Fiori
Enviada especial
Cidade da Guatemala (Guatemala) - O maior desafio do novo presidente da Guatemala, Álvaro Colón, será acabar com a violência no país. No centro da cidade ou na zona nobre da capital, essa é a principal preocupação dos guatemaltecos. Educação e emprego também estão entre as prioridades da população."A delinqüencia é o maior problema. Temos um alto nível de pobreza e os governos anteriores não pensaram na gente pobre, na gente humilde. Além disso aqui se discrimina muito os indígenas e as mulheres também", diz o comerciante Carlos Manolo, de 28 anos."O novo presidente diz que vai pensar muito na gente indígena, os indígenas votaram nele e confiam muito nele", conta. Embora não tenha votado em Colón, o comerciante acredita que seria bom para a Guatemala se o novo presidente seguisse os passos dos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chavez.Social-democrata, Álvaro Colón se elegeu em segundo turno pela União Nacional Esperança com o apoio dos moradores do campo, onde a maioria é indígena. Nas cidades teve apenas 40% dos votos - perdeu para o general aposentado Otto Perez Molina, que concorria pelo Partido Progressista, de direita. Como morador da capital, Carlos Manolo diz por que votou emMolina: "Quando os militares nos governaram, não havia tanta delinqüencia".Judith Fajardo, vendedora de 26 anos, votou em Colón. Ela nasceu na área rural, no Oriente da Guatemala, e migrou para a capital há sete anos em busca de trabalho. "Espero que ele trabalhe contra a delinqüência e atraia mais turistas", diz. Já o feirante José Antonio Barrios, 40 anos, demonstra preocupação com os preços dos alimentos na Guatemala. "Para começar, o novo presidente deveria baixar a cesta básica e tratar um pouco de evitar a violência. São os piores problemas da Guatemala", opina.A missionária Alicia Henríquez, de 82 anos, pede "mão-dura" contra a violência. Na opinião do estudante de administração Fernando Mosquera, de 21 anos, o novo presidente deve combater a delinqüência por meio da educação."Como em toda a América Latina, o principal problema é violência, mas não queremos violência atacando a violência. É preciso educar as crianças desde o princípio, ajudar a sociedade a se ordenar. Na Guatemala deixamos muita gente esquecida", acredita.Como professora aposentada, Marina Vasquez, de 61 anos, tem esperança que Colón siga o exemplo da prefeitura da capital e invista em educação de qualidade, incluindo a valorização dos professores. Para complementar sua aposentadoria, tem uma banca de artesanato no Mercado Central da cidade da Guatemala."Cremos que com as novas autoridades tem que haver geração de trabalho, que é a base. Em seguida, educação. Na capital temos muitas escolas pré-primárias. Antes aqui [no mercado central] havia muitas crianças, agora estão ocupados em suas escolinhas, lhes dão comida, transporte, educação", conta."Temos muita esperança com essa nova mudança de autoridades. Colón também veio de baixo, é revolucionário, tem muitos ideais, há muitos anos trabalhou com as classes indígenas na área rural. Acreditamos que vai fazer a Guatemala avançar bastante", pondera.