Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Início de ano é tempo de despesas com material escolar, matrículas e impostos como o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor). Em razão disso, os analistas de mercado ouvidos em pesquisa do Banco Central, na última sexta-feira (11), indicam inflação em alta nos dois primeiros meses do ano.A perspectiva revelada na semana anterior, que já era alta, aumentou mais ainda depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a inflação de 2007, na casa de 4,46%, acima das próprias expectativas do mercado, como resultado da pressão dos preços dos alimentos.Como os preços dos alimentos continuam em alta e as famílias têm as despesas com escolas e impostos, a perspectiva anterior para a inflação de janeiro, que era de 0,49%, subiu para 0,53%; e a projeção de fevereiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para a meta de inflação, aumentou de 0,47% para 0,50%.De modo geral, os especialistas acreditam que o comportamento de  preços no varejo perderá impulso com a chegada da nova safra de grãos ao mercado, a partir de março. Tanto, que eles reduziram levemente a expectativa de inflação para o ano, de 4,30% para 4,29%, e a projeção para os próximos 12 meses cai de 4,26% para 4,22%.Os números foram revelados no boletim Focus, distribuído hoje (14) pelo BC, que traz os resultados da pesquisa feita com uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras. A pesquisa é realizada todas as sextas-feiras, como forma de acompanhar as tendências do mercado sobre os principais indicadores da economia.A pesquisa do BC prevê, ainda, inflação de 3,70% ao longo do ano para os preços administrado por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transporte urbano e outros), que representam em torno de 30% na composição do IPCA.O boletim Focus também estima inflação de 4,01% para os preços da capital paulista, de acordo com a metodologia da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) para determinar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O IPC-Fipe calculava inflação de 4% na pesquisa anterior.A pesquisa do BC considera também o acompanhamento de preços no atacado, feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em duas frentes: o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) manteve a expectativa de 4,50% no ano, enquanto o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) elevou a projeção de 4,57% para 4,69%.