No reencontro com o filho, Clara Rojas pede que as Farc libertem ex-candidata

14/01/2008 - 10h22

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Durante reencontro ontem (13) com ofilho Emmanuel, a ex-refém Clara Rojas manifestou-se“imensamente comovida” por regressar à Colômbia.Rojas reiterou seu agradecimento à Cruz VermelhaInternacional, ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, e aopresidente colombiano, Álvaro Uribe, mas destacou que suafelicidade “não é completa” porque ainda existemreféns em poder das Forças Armadas Revolucionáriasda Colômbia (Farc), segundo informou a Agencia Telam, da Argentina. A ex-refém descreveu sua situação como “um novo renascer”, mas afirmou que sente“um imenso vazio” por não poder estar junto à amigae ex-candidata à presidência da Colômbia IngridBetancourt, que foi seqüestrada junto com ela em fevereiro de2002 e permanece com a guerrilha.

O menino Emmanuel, concebido enascido em cativeiro das Farc, foi separado da mãe hátrês anos e estava sob os cuidados do Instituto Colombiano deBem-Estar Familiar, na capital, Bogotá.

Após o reencontro, ConsueloGonzález, também libertada pelas Farc, visitou opresidente venezuelano, Hugo Chávez, que comandou a operaçãode resgate na última quinta-feira (10). “Na Colômbia,estamos cansados de pagar com sangue humano os interesses de algunsque não são maioria”, disse, ainda de acordo com a Telam.

Durante a transmissão doprograma Aló Presidente (“Alô, presidente”)ontem (13), Chávez reiterou pelo terceiro dia consecutivo seupedido de que as Farc sejam consideradas “exércitoinsurgente” e não uma organização terrorista,para que possam negociar um acordo de paz pelas regras da Convençãode Genebra.

“Esse conflito não temsaída militar, mas eminentemente política”, disse opresidente, que garantiu não apoiar a organizaçãonem seus métodos. “Não apóio as Farc, apóioas buscas pela paz. Não estou de acordo com o seqüestroou com as vias armadas”, assegurou. Ele defendeu que “aVenezuela, depois da Colômbia, é o país maisafetado” pelas ações de organizaçõesguerrilheiras colombianas.

Três democratasnorte-americanos que se encontram em Bogotá, onde se reuniramcom familiares de pessoas seqüestradas pela guerrilha, disseramque estão dispostos a conversar com os chefes das Farc paraprocurar um acordo que permita liberar 45 reféns e 500guerrilheiros presos.

“Vamos fazer o que está aonosso alcance para que as negociações avancem e sejamlibertadas todas as pessoas seqüestradas. Esse é nossoassunto primário”, disse o deputado George Miller.