Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dois anos e meio depois anunciada pelo Ministério da Saúde, a construção da nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, deve começar nos próximos meses. O processo de licitação das obras da unidade, que vai funcionar no antigo prédio do Jornal do Brasil e em um terreno anexo, na zona portuária, entrou na fase final. Oito empresas se candidataram à licitação para construir a nova sede do Into. Nos próximos dias, o instituto deve anunciar a vencedora, que vai executar a reforma do antigo prédio do jornal e a construção de mais quatro edifícios anexos. De acordo com o diretor do Into, Francisco Matheus, a sede deve ser inaugurada entre o final de 2009 e o início de 2010. Inicialmente, a previsão era que o processo licitatório fosse feito em outubro de 2005 e a nova sede começasse a funcionar em dezembro de 2007. Mas, como em abril de 2006, o Into recebeu, da Companhia Docas, um terreno anexo ao prédio do Jornal do Brasil, um novo projeto teve que ser elaborado para ocupar o espaço extra. Em outubro do mesmo ano, o projeto foi apresentado e a inauguração passou a ser prevista para dezembro de 2008.Apesar disso, o processo de licitação das obras só foi aberto em novembro de 2007, 13 meses depois da apresentação do projeto, e, portanto, o Into teve que postergar, mais uma vez, a previsão para inauguração da nova sede, que deve custar cerca de R$ 140 milhões.“Em março de 2007, nós já tínhamos algumas certidões [para liberação da obra, como documentos do Corpo de Bombeiros, dos órgãos ambientais e da prefeitura, por exemplo] Mas, por orientação do Tribunal de Contas da União, a comissão do edital exigiu todas as certidões [antes do início das obras]. E isso, realmente, atrasou seis meses”, afirmou Matheus.Segundo ele, apesar de atrasar o início das obras, a opção por aguardar a emissão de todas as certidões pode contribuir para que se evitem problemas durante a construção da sede. Os novos prédios do Into terão mais de 60 consultórios, 240 leitos comuns, 49 leitos de CTI (centro de terapia intensiva) e 21 salas cirúrgicas. Isso permitirá que o número de atendimentos ambulatoriais passe de cerca de 90 mil para 305 mil por ano. As cirurgias anuais passarão de 7 mil para 20 mil, o que contribuirá para a redução do tempo de espera de 36 meses para 12 meses. Outra novidade é que todas as salas cirúrgicas terão equipamentos para transmissão ao vivo, o que pode contribuir para a capacitação a distância de profissionais de saúde. “Com certeza, esse vai ser o maior centro de ortopedia da América Latina. Em termos de grandiosidade e de produção, só teremos centros comparados a ele nos Estados Unidos. E ele não está sendo feito só para o Rio de Janeiro. Ele está sendo feito para o país, porque a gente recebe muita gente de outros estados, através da Central Nacional de Regulação”, explicou o diretor do Into.