Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria de Saúde de Goiás garante que, apesar de haver suspeitas de mortes de macacos por febre amarela em pelo menos 31 municípios goianos e três casos já confirmados, a situação no estado é tranqüila. Além de garantir que o índice estadual de pessoas que receberam a vacina contra a doença é bastante alto, a secretaria apresentou ontem (27) um plano para, entre outras coisas, imunizar 800 mil pessoas.A intenção é que 100% da população do estado receba a vacina contra o vírus, que nas áreas urbanas é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O inseto é o mesmo transmissor da dengue.Segundo a secretária-interina de Saúde do estado, Maria Lúcia Carnelosso, o plano também prevê o controle dos focos dos mosquitos e a prevenção de uma possível epidemia. O objetivo é evitar que a doença chegue às cidades e, ao mesmo tempo, vacinar as pessoas que vivem nas áreas rurais.“Estamos fazendo um trabalho de controle intensivo nos municípios que ficam num raio de 100 quilômetros da capital [Goiânia]”, explica Maria Lúcia. “Nos outros, continuamos vigilantes e observando se há mortandade de macacos, analisando se há circulação do vírus.”Ontem (27), o Ministério da Saúde forneceu à Secretaria de Saúde de Goiás um lote de 300 mil doses de vacina e pode enviar mais nos próximos dias. De acordo com Maria Lúcia, as ações de controle epidemiológico vêm sendo desenvolvidas há muitos anos, tendo sido intensificadas a partir de 2000, quando houve um surto com cerca de 50 casos humanos registrados, dos quais mais da metade resultaram em morte.Maria Lúcia diz que a maior preocupação do governo é que os atuais casos de mortes entre macacos foram registrados próximo a grandes cidades. Segundo ela, a expansão das cidades sobre as áreas rurais aumenta o risco de ressurgimento de casos de febre amarela urbana por causa da maior proximidade das pessoas com os animais transmissores da doença, que vivem sobretudo nas matas.A secretária-interina explica que os casos de febre amarela ocorrem de forma cíclica, com epidemias entre os animais a cada cinco anos. Goiás, ressalta Maria Lúcia, está na região endêmica (em que sempre há ocorrências da doença) brasileira para febre amarela silvestre.Em 1999, o estado registrou 12 casos entre animais, com cinco mortes. Em 2000, registraram-se 54 casos, com 24 mortes. Desde 2001, Goiás não confirmava nenhum caso de febre amarela em humanos. Em abril deste ano, contudo, duas pessoas morreram. Ambas, garante a secretária, não tinham recebido a vacina.Para Maria Lúcia, a melhor forma de as pessoas evitarem a doença é recebendo a vacina pelo menos dez dias antes de viajarem para uma área de risco, como a Região Centro-Oeste. A vacina, destaca a secretária, protege a pessoa por dez anos.