Protestos e mortes marcam sepultamento de Benazir Bhutto

28/12/2007 - 18h37

Iolando Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pelo menos 32 mortes foram registradas nas últimas horas no Paquistão, durante manifestações de protesto contra o  assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, sepultada hoje (28) em sua cidade natal, Karachi. De acordo com a agência Telam, pelo menos seis pessoas morreram em um atentado a bomba contra a sede do partido do presidente Pervez Musharraf, entre elas um candidato às eleições legislativas, marcadas para o próximo dia 8. As outras mortes foram causadas por disparos de franco-atiradores e também por enfrentamentos entre membros do Partido Popular do Paquistão (PPP), da ex-premiê, e seguidores do presidente paquistanês. Em Karachi, cidade natal de Benazir Bhutto, uma multidão saqueou e incendiou três bancos e enfrentou a tiros a polícia. Ainda de acordo com a agência de noticiasargentina, três policiais uniformizados foram feridos nos choques.Em Multán, cerca de 7 mil pessoas saquearam sete bancos e vários estabelecimentos comerciais e também enfrentaram a polícia, que usou gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes. Na capital, Islamabad, cerca de 100 manifestantes colocaram fogo em garagens no centro da cidade. Vários pontos da cidade estavam quase desertos - o comércio fechou as portas e os serviços de transporte coletivo foram interrompidos, o que deve continuar durante os três dias de luto oficial pela morte de Benazir Bhutto.Ainda de acordo com dados da agência Telam, depois do assassinato de Benazir Bhutto, a polícia paramilitar do sul do Paquistão recebeu autorização para atirar nas pessoas que provocarem distúrbios no país, disse um porta-voz policial. "Temos ordens de disparar", informou o major Asad Ali, porta-voz do grupo paramilitar.