Banco Central espera que relação entre dívida e PIB seja a melhor desde 1998

28/12/2007 - 13h04

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco Central (BC)espera que a relação entre dívida e o ProdutoInterno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país,feche o ano em 43,5%. A projeção anterior do BC erafechar o ano com uma dívida de 44% do PIB.Se a expectativa do BCse confirmar, será o melhor resultado desde dezembro de 1998,quando essa relação foi de 38,9%. Em 1999, arelação estava em 44,5% e subiu nos anos seguintes atéchegar a 52,4 %, em 2003 e começou a cair no ano seguinte,chegando a 2006 em 44,7%.Quando menor a relaçãoentre dívida e PIB, maior é a confiança dosinvestidores brasileiros e estrangeiros de que o país vaihonrar seus compromissos.Segundo o chefe doDepartamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o quetem contribuído para a redução da relaçãoentre dívida e PIB é a redução dos juros, o crescimento da economia e o maior superávit primário - a economia que o governo faz para pagar juros da dívida.Segundo dados do BCdivulgados hoje (28), em novembro a relação dívidaPIB ficou em 42,6%, o que equivale a R$ 1,127 trilhão. Altamir Lopes ressaltou que o importante não é só manter a dívidaem um patamar mais baixo, mas alcançar a tendência de reduçãoda relação dívida com o PIB. “Chegamos a um patamarconsiderado razoável, mas essa tendência de quedamantida mostra sustentabilidade do endividamento, quer dizer o riscodessa dívida se reduz de maneira significativa”. Segundo Lopes, para que a projeçãode 43,5% se concretize é preciso que a meta de superávitprimário para o ano, de R$ 95,9 bilhões seja alcançada e isso já está praticamente assegurado com o resultado de novembro (R$ 6,817 bilhões) e oacumulado do ano (R$ 113,387 bilhões). “Esse resultado foibastante positivo. Isso abre uma margem considerável no quediz respeito ao cumprimento da meta. São R$ 17 bilhões de possibilidade de déficit para dezembro para quese atinja o cumprimento da meta”.Lopes reforçou que, mesmo com oresultado esperado para dezembro, que é tradicionalmentedeficitário e com acúmulo muito grande deinvestimentos, o governo trabalha com o cumprimento da meta. Ele acrescentou que a expectativa éfechar o ano com déficit nominal (receitas menos despesas,incluídos gastos com juros) de 2,6% do PIB.“A expectativa éde continuidade da redução desse déficit nominalde forma que em 2010, 2011 tenhamos esse resultado equilibrado [déficit nominal zero]”,disse. Nos 11 meses do ano, o déficit nominal chegou a 1,46%do PIB ou R$ 33,907 bilhões.