Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente daSafernet Brasil, uma organização não-governamentalque atua em parceria com o Ministério Público Federalcontra a pedofilia na internet, Thiago Tavares, disse hoje(15) que um dos pontos altos das discussões do 2º Fórumde Governança da Internet foi o seminário sobre aprática de crimes como a pornografia infantil pela rede mundial.De acordo com ele, umapesquisa promovida pela instituição que coordena apontaque nos últimos 21 meses foram registrados 50 mil casosenvolvendo páginas criadas por brasileiros com o objetivo decometer crimes contra direitos humanos. Desse total, 40% eramrelativos à pedofilia. "Infelizmenteexiste um crescimento exponencial nos últimos anos. Alémdisso, temos percebido que com o aumento da repressão porparte da comunidade européia, está havendo uma migraçãoda atuação de redes criminosas que compram e vendempornografia infantil por meio da internet do leste europeupara o Brasil", disse.Para combater esse mal,ele defende uma atuação articulada entre provedores deinternet, tanto brasileiros como aqueles que têm filiaisno Brasil, os governos e a sociedade civil. Ele lembrou ainda quequalquer política ou intervenção na rede tem queser pensada em termos globais. Segundo Tavares, nãoadianta resolver um problema em um determinado país porque,como a internet não tem fronteiras, o mesmo crime podecriar braços em outros países. Ele acredita que a harmonizaçãoda legislação nesse campo nas diversas naçõespode promover avanços no combate a crimes desse tipo. A próxima ediçãodo Fórum de Governança da Internet está previstopara acontecer no ano que vem, na Índia.