Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Defesa,Nelson Jobim, considerou hoje (15) como “uma manifestaçãodo processo democrático de debate” o bate boca entre opresidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o rei da Espanha, JuanCarlos, na Cúpula Ibero-Americana, no Chile.De acordo com Jobim,questões como a manifestação entre o rei daEspanha e o presidente Chávez nem sempre “são aonível do Itamaraty”. “Nem todos cursaram o[Instituto] Rio Branco”, disse Jobim numa alusão àentidade onde são formados os diplomatas brasileiros. As coisas, segundoJobim, devem ser conduzidas sem valorizá-las, no sentido decriar dificuldades. “Elas se encerram em si mesmas”, disse.O presidente doConselho de Ministros de Defesa da Europa e ministro da Defesa dePortugal, Nuno Severiano Teixeira, disse que não gostaria decomentar fatos concretos. Mas, segundo ele, em democracia asdivergências de idéias são debatidas com respeitopelas idéias dos outros. “Esse é umprincípio fundamental da democracia que praticamos em nossacasa e que julgo que deve ser também praticado em termosinternacionais”, afirmou.A diretora-executiva doInstituto Venezuelano de Estudos Sociais e Políticos (Invesp),Francice Jácome, alertou, porém, que o presidente HugoChávez “representa um perigo e uma ameaça constantesà democracia na Venezuela e na América do Sul”. Ela afirmou que “apesarda retórica democrática”, as práticas“personalistas e ditatoriais” de Chávez vêmagravando a situação da política interna naquelepaís. De acordo com Jácome,Hugo Chávez vem “fragmentando” também a políticasul-americana e poderá fazer o mesmo com o Mercosul. Os ministros NelsonJobim e Nuno Severiano Teixeira participam da 4ª Conferência doForte de Copacabana.