Cristina Kirchner defende inflação oficial e promete aumentar exportações

30/10/2007 - 22h12

Agência Telam

Buenos Aires - A presidente eleita da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, atribuiu a discussão em torno da inflação aos “debates do período eleitoral” e voltou a defender a medição oficial do custo de vida realizada pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).Em entrevista concedida ao canal a cabo TN, a primeira dama disse que as “prioridades” de sua gestão serão o combate contra a pobreza e o desemprego, assim como melhorar a competitividade do país, para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.Cristina também assinalou que sonha com uma “marca Argentina”, conhecida em nível internacional, com a qual “nossos empresários possam colocar mais e melhor seus produtos no mundo”, como fazem os “países desenvolvidos”. “Queremos superar os US$ 50 bilhões em exportações anuais”, disse.No que diz respeito à evolução do custo de vida, Cristina Fernández rejeitou que o país atravesse um fenômeno hiperinflacionário e atribuiu as discussões em torno do tema a questões próprias do período eleitoral. “Se cremos que estamos perante um fenômeno hiperinflacionário, estamos errados. Se as eleições tivessem ocorrido em julho, o tema não teria sido a inflação, mas a energia”, disse Cristina, para logo assegurar que nesse tema “houve sobreatuação no período eleitoral”.A primeira dama qualificou as projeções de 25% de inflação formuladas pela oposição como pouco “sérias”. “Nós estamos dentro da pauta definida pelo orçamento, que está entre 7% e 11%”, disse.A presidente eleita disse que o governo enviou uma delegação do Indec aos Estados Unidos para analisar a metodologia usada pelos norte-americanos para medir a inflação e ver a maneira de implementá-la na Argentina, disse a presidente eleita. Com tom irônico, Cristina acrescentou: “Calculo que ninguém porá em discussão a metodologia da primeira economia do mundo”.Cristina Fernández de Kirchner defendeu a atuação do governo nacional dentro do Indec. Ela classificou de “inverossímeis” os relatos da imprensa e da oposição segundo os quais foram demitidas pessoas que haviam ingressado na entidade por concurso. “Isso não ocorreu. São técnicos do Estado que não são deste governo, mas de qualquer administração”, acrescentou.A presidente eleita sustentou que todos os resultados de inflação foram feitos com base em uma metodologia. Ela declarou ainda que, no Indec, a forma de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi modificada seis vezes desde o início das medições, em 1996. Cristina defendeu o papel do Estado na defesa dos consumidores “diante dos interesses que podem se monopolizar ou cartelizar”.