Utilização social das instalações da Copa do Mundo não deverá acontecer, afirma professor

30/10/2007 - 17h00

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apossibilidade de que a infra-estrutura esportiva construídapara a realização da Copa de 2014 possa ficar sob agestão da sociedade civil não deverá acontecer, segundo o coordenador do Observatório de Políticas doEsporte da Unicamp, Lino Castellani Filho. Ele diz que isso é“possível e muito desejável”, mas não vênada que garanta que essa possibilidade se concretize depois da Copa.“Nósvemos uma ausência de mecanismos legais que obriguem osresponsáveis pela organização do evento aassumirem o compromisso de dar destino social às obrasconstruídas com recursos públicos e privados, nosentido de levar à população brasileirabenefícios pela realização dos jogos”, avalia.Castellani afirma que deveria haver termos contratuais garantindo asresponsabilidades dos agentes públicos e privados nessesentido.Oprofessor lembra que, por ocasião dosJogos Pan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro, houve a promessade que as instalações seriam disponibilizadas àsociedade após os jogos. “Basta olhar para trás paraver que não recebemos absolutamente nada”, diz Castellani.Umlevantamento feito pela Agência Brasil mostrou que a maioriados equipamentosesportivos construídos para os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro,que custaram cerca de R$ 1,6 bilhão em recursos públicos,ainda tem seu uso social indefinido.De 17 instalações construídas,cinco são temporárias e os investimentos foram feitosespecificamente para o período da competição.Das 12 que são permanentes, em três a realizaçãode projetos sociais dependem de acordos com confederaçõesesportivas.