Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, anunciou hoje (30) prioridade para o financiamento para produtores de bens de capital que fornecem equipamentos aos setores petroquímico e de petróleo e gás.

“O BNDES está estudando apoio especial  à produção de bens de capital”, explicou Coutinho, sem dar mais detalhes, porque, segundo ele, o assunto envolve questões tributárias e está sendo tratado pelo Ministério da Fazenda. A matéria integra a segunda etapa da nova política industrial, que está sendo formatada pelo governo federal e inclui análise de impactos sobre receita tributária.

Ele informou que a nova política industrial, que incluirá todas as cadeias produtoras de bens de capital, deve ser apresentada dentro de algumas semanas - os entendimentos para divulgação da nova política estão sendo concluídos entre os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e a Casa Civil da Presidência da República.

As cadeias de bens de capital que estão com dificuldade para entregar encomendas terão atenção especial, reforçou Coutinho. “Temos que ajudar o produtor brasileiro a aumentar sua própria capacidade. Então, é o investimento do próprio setor de bens de capital para aumentar sua capacidade produtiva, para que possa entregar mais e mais rapidamente. É prioridade das prioridades: melhorar o desempenho do setor de bens de capital.”

As condições de financiamento do BNDES para bens de capital estão entre as melhores da instituição, ressaltou Coutinho, lembrando que os prazos de pagamento já foram alongados. Ele informou que o banco estuda melhorias para dar tratamento preferencial ao setor: “O investimento e o apoio à formação de capital são uma orientação fundamental. Como os bens de capital são a materialização da formação de capital fixo, eles precisam receber o apoio correspondente”, explicou.

Como o setor de bens de capital será prioridade no banco, Coutinho acredita na possibilidade de prazos mais curtos para análise do financiamento. Ele lembrou que a nova política operacional do banco está sendo implementada há pouco mais de um mês e disse esperar que "economize tempo de análise”. Os primeiros resultados são aguardados para os próximos 90 dias.

A ajuda à indústria de bens de capital que fornece equipamentos à Petrobras está em discussão entre o BNDES e a estatal, reforçou Coutinho, ao lembrar que a parceria “de longa data” entre as duas instituições, que financia um conjunto grande de atividades em toda a  cadeia produtiva. Isso inclui construção de refinarias, gasodutos, plataformas e navios, entre outras operações.

“Todos esses equipamentos são complexos, exigem encomendas, e essa indústria  de bens de capital passou muitos anos desmobilizada. Ela precisa ser remobilizada e é preciso ultrapassar as dificuldades, os obstáculos, para poder entregar esses bens de capital e equipamentos o mais próximo possível dos prazos desejados pela Petrobras”, afirmou.Luciano Coutinho disse que já conversou com fabricantes de equipamentos, discutindo o suporte à  produção de bens de capital, para fechar os hiatos entre capacidade de oferta e demanda por equipamentos. Segundo ele, também deverão obter  financiamentos do BNDES os fornecedores para a área de produção de açúcar e álcool, além dos setores automotivo e de construção. “Há muita coisa que vai precisar de apoio na área de bens de capital.”