Jefferson Péres se defende de envolvimento em corrupção e diz que não tem esqueleto no armário

30/10/2007 - 16h31

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador JeffersonPéres (PDT-AM) foi hoje (30) ao plenário do Senado darexplicações sobre correspondência enviada aalguns senadores neste fim de semana que sugere seu envolvimento emcorrupção. No material encaminhadoaos parlamentares, um DVD de cinco minutos sugere que ele se envolveuem corrupção na época em que foi diretoradministrativo da Siderama, uma companhia siderúrgica no Amazonas, na décadade 70.O senador explicou quena época a empresa foi investigada por não terrecolhido Imposto de Renda de seus funcionários. Segundo ele,todos os diretores da empresa foram arrolados no processo. "Arroladose não indiciados. Arrolado é uma coisa, indiciado éoutra", afirmou.A conclusão doinquérito feito pela Polícia Federal, de acordo comJefferson Péres, foi que de todos os membros da diretoria, apenas opresidente, o diretor financeiro e o superintendente financeirotinham conhecimento da fraude. "Esses seriamrealmente responsáveis pelas infraçõescometidas", disse. Mais tarde, segundoPéres, o Ministério Público ainda teria concluídopela inimputabilidade dos diretores da Siderama. "O juiz federalacolheu parecer do procurador da República considerando a inexistência nosautos de qualquer prova dos diretores acusados, e determinou oarquivamento dos autos".Segundo JeffersonPéres, o material é uma campanha difamatória contraele. "É esse o dossiê? Quem é que pode mechantagear? Eu não sou chantageável. Não possoser chantageado, porque não tenho nada a esconder, nenhumesqueleto no armário", afirmou. O senador nãoapontou responsáveis pelo envio dos documentos aos senadores."Não vou apontar o dedo por dois motivos: primeiro porquenão tenho provas. Segundo, porque não cruzo minhaespada com facão de bandido", afirmou. Ele disse que asprimeiras suspeitas poderiam apontar o senador e presidentelicenciado Renan Calheiros (PMDB-AL), já que érelator de um dos processos contra Renan no Conselho de Ética.Jefferson Péres, no entanto, apresentou carta enviada hoje de manhãpor Renan afirmando que "a trajetória de vida deJefferson Péres é um exemplo de coerência políticae honradez".O senado ainda rebateuacusações de que sua mulher seria funcionária doSenado. "Ela não é e nunca foi funcionáriado Senado. Nem do meu nem de qualquer outro gabinete", garantiu.E negou também acusações de que teria usadopassagens aéreas pagas pelo Senado para viagens particulares. Para comprovar afalsidade da denúncia, mostrou certidão dodiretor-geral do Senado atestando que "nunca recebeu em seufavor ou de qualquer pessoa passagens aéreas".Jefferson Péres aindanegou que tivesse muitos "inimigos confessos". "Masdevo ter milhares rancorosos. Todos os canalhas são meusinimigos. Nada incomoda mais um canalha que uma pessoa de bem. Fere aauto estima do canalha saber que há pessoas honestas",afirmou.