Cleide Lopes
Repórter de A Voz do Brasil
Brasília - A prática da auto-medicaçãocom crianças e idosos é motivo de preocupaçãodos médicos. Nesta época do ano, com o maior volume dechuvas aumenta também a incidência de tosse, gripes, resfriados e febre e, com isso, se torna mais comum a prática deusar remédios sem orientação médica. Constantemente, as autoridades em saúde infantil alertam paraos perigos dos remédios vendidos sem receita médica eministrados a crianças, como é o caso de antigripais,antitérmicos e outros.A professora de farmacologia da Universidade deBrasília, Patrícia Medeiros, fala dos perigos e dapreocupação dos profissionais da área com essaprática, principalmente com crianças e idosos.''As crianças porque até 12 anos deidade a capacidade fisiológica delas não estácompleta. Então, há o perigo de uma intoxicação.Com o idoso eu já tenho que ter outra precaução,porque a capacidade dele de eliminar a medicação estádiminuída”.De acordo com a professora, outro fator de alertacom as crianças é a apresentação domedicamento e sua destinação. “Eu não possopegar uma dosagem de adulto e diminuir de acordo com o peso dacriança, porque ela não é um adulto emminiatura".A farmacêutica lembrou que o governoestá muito preocupado com a questão de auto-medicaçãoe super dosagem. Para evitar o uso inadequado de remédiosprincipalmente entre crianças e idosos foi lançada noano passado a Relação Nacional dos MedicamentosEssenciais (Rename).Elaborada com base nas doençasmais comuns no país, a relação busca orientar aprescrição e o abastecimento da rede do Sistema Únicode Saúde (SUS). A lista contém os medicamentosnecessários ao tratamento e controle das enfermidadesprioritárias em saúde pública.Até o inicio do próximoano será lançado o formulário TerapêuticoNacional, para uso dos médicos. Nesse documento vãoconstar as mudanças fisiológicas que ocorrem entreessas duas faixas.''Esse formulário vai ajudar oprofissional de saúde a orientar qual o tipo de corante elepode usar na preparação de um medicamento para criança,para não dar alergia, se ele tem açúcar, ouentão se ele tem adoçante. São alguns cuidadosque o Governo está tomando junto com o Ministério daSaúde para poder orientar os profissionais e dessa formaajudar a população".Segundo a AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afiscalização na composição demedicamentos como antigripais, expectorantes e anticongestionates éfeita com o mesmo rigor daquela sobre outros tipos de remédios.A Anvisa lembrou, porém, que a fiscalizaçãoda venda desses produtos é de competência exclusiva dasvigilâncias sanitárias de estados e municípios, eque não cabe a ela nem fiscalizar nem punir.