Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quinze mil trabalhadores da área petroquímica de Camaçari, Candeias e Dias D'Avila, na Bahia, terão de esperar até a próxima quarta-feira (17) para conhecer a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a correção retroativa de seus salários, com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do mês de março de 1990.Dezenas de representantes da categoria e advogados esperavam que o STF decidisse a questão ainda hoje (15), mas, pedido de vista do ministro Marco Aurélio Melo suspendeu o julgamento. Ele prometeu trazer seu voto na sessão de quarta-feira (17). O advogado da categoria Mauro Menezes procurou acalmar os trabalhadores, que passaram a tarde no plenário do STF aguardando a decisão, dizendo que o ministro Marco Aurélio já deu voto favorável à questão, quando ela foi examinada pela 2a. turma do tribunal. Em entrevista, Menezes destacou que os trabalhadores não tiveram percentual de aumento, de 1990 para cá, a título compensatório, dentro da presente reivindicação. "Trata-se de um índice destacado, singular, incluído na convenção coletiva de trabalho, mas que obviamente pode ser objeto de compensação de índices de igual ou semelhante status jurídico", ponderou. "Isso, evidentemente, terá que se verificar. O que não se pode deixar de reconhecer é que se trata de um direito legítimo de reajuste salarial", disse Menezes. Os petroquímicos querem o cumprimento de cláusula de acordo coletivo, que prevê, em caso de prejuízo no poder aquisitivo dos trabalhadores "em decorrência de política salarial superveniente menos favorável", correção dos salários, baseada nas perdas sofridas.Em junho passado, a apreciação desse mesmo recurso foi adiado, atendendo a pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Na ocasião, os trabalhadores contaram com voto favorável (que está valendo) do ministro Sepúlveda Pertence, o relator, que se aposentou.