Deborah Souza
Da Agência Brasil
Brasília - O Dia Mundial de Alimentação, que se comemora hoje (16), tem como tema este ano o Direito à Alimentação. O objetivo é chamar a atenção das autoridades mundiais para a responsabilidade com mais de 800 milhões de pessoas que passam fome diariamente. A data coincide com a criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).No Brasil, várias Organizações Não Governamentais (ONGs) participam da mobilização, como o Banco de Alimentos, que fornece alimentos e combate o desperdício, promove ações educativas junto a comunidades atendidas e expande atividades e conhecimentos para promover mudanças de cultura, incentivando o movimento.“A realidade brasileira é triste e sem necessidade de existir, porque o Brasil é o quarto exportador de alimentos do mundo", disse a presidente da ONG Banco de Alimentos, Luciana Chinaglia, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Ela lembrou, no entanto, que o país é o sexto em subnutrição."Pesquisas apontam que o que é jogado fora no Brasil diariamente daria para alimentar 19 milhões de pessoas. Na realidade, existe alimento no planeta para toda sua população”. Para a presidente, os dados não são equilibrados, pois o Brasil é rico e existe muita pobreza ao mesmo tempo. Na visão dela, é incompatível a situação que o país apresenta, em relação ao crescimento econômico. “Na realidade, o desequilíbrio está na gestão do poder. Porque não é mais um problema econômico, é a má distribuição de renda e a má gestão dos recursos públicos, do planejamento. É uma questão de como e onde colocar os recursos e de que maneira.”, ela destacou.Luciana Chinaglia disse que os doadores brasileiros não têm apoio do governo, o que prejudica no número de doações, pois as pessoas têm o receio de oferecer alimentos estragados, por exemplo, e ter que se defender depois. De acordo com a presidente, o Banco de Alimentos passou a se responsabilizar pelas doações, para facilitar a vida do doador. Isso tem funcionado, mas ela acredita que se aprovasse a lei Bom Samaritano, que exime a responsabilidade civil e criminal do doador de boa fé, a quantidade de doações poderiam crescer até 20 vezes.