Emprego na indústria tem maior alta desde abril de 2005

15/10/2007 - 12h41

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O emprego na indústriacresceu 2,2% no mês de agosto em relação ao mesmo período do ano passado,completando 14 meses consecutivos de expansão. A taxa é a mais alta desde abril de 2005, quanto ocrescimento no emprego industrial sobre o ano anterior foi de 3,2%.Os dados da PesquisaIndustrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada hoje (15) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o contingente de trabalhadores cresceu em 12 dos 18 segmentos da indústria e emnove dos 14 locais pesquisados.Os setores que maiscontribuíram para o aumento do emprego foram o de alimentos e bebidas (4,2%),de meios de transportes (9,6%) e de máquinas e equipamentos (8,8%).Segundo André Macedo,economista da Coordenação de Indústria do IBGE, os resultados positivos no domercado de trabalho acompanham o ritmo da atividade industrial no país, observado ao longo deste ano. “O emprego industrial estádiretamente associado ao bom desempenho da atividade produtiva, não só nascomparações contra igual período de ano anterior, mas ao longo deste ano, quevem apresentando um cenário bastante positivo". Macedo destacou que, essencialmente, aquelessetores que têm um grande destaque na produção industrial – a indústriaautomobilística, os setores produtores de bens de capital que estão diretamenteassociados a maiores investimentos, às commodities - são os que,também no mercado de trabalho, estão gerando os melhores resultados.Entre os estados, São Paulofoi o que representou o maior o impacto positivo, com alta de 4,1% naconcentração de trabalhadores, gerada principalmente pelo desempenho dosegmento de máquinas e equipamentos, onde o emprego cresceu 9,9%.Embora com menor peso nataxa nacional do emprego industrial, o Paraná foi a unidade daFederação onde as contratações mais avançaram (4,2%), com destaque para aindústria automobilística, que apresentou incremento de 29,7% no contingente detrabalhadores. Também em Minas Gerais, onde o emprego avançou 2,6%, a indústriade veículos foi a que mais impulsionou o mercado de trabalho com aumento de 16%no número de empregados. Movimento no sentidocontrário ocorreu em Pernambuco, com retração de 4,1% mercado de trabalhoindustrial, gerado principalmente por um número menor de empregados nossegmentos de calçados e couro (9,6%), de madeira (7,7%) e de vestuário (2,6%).Em relação ao mês de julho, apesquisa do IBGE indicou aumento de 0,2% no emprego na indústria. Com oresultado, o setor acumula do ano alta de 1,6% de janeiro a agosto no pessoalocupado, em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento também apontouexpansão de 0,3% no valor real da folha de pagamento dos trabalhadores daindústria em relação ao mês de julho e de 4,7% na comparação com agosto do anopassado. “Os resultados positivos dafolha, observados nos últimos meses refletem não só o incremento dascontratações, mas também da própria recuperação dos salários quando comparadoscom iguais períodos do ano anterior”destacou Macedo.No confronto com o anoanterior, o aumento na folha de pagamento da indústria foi registrado emtodos os estados pesquisados, com exceção do Espírito Santo, onde houve retraçãode 3,3%. A maior influência para a expansão nacional nos salários pagos veio deSão Paulo (2,8%), principalmente por causa de aumento salarial nas indústriasligadas a meios de transporte (8,3%), produtos químicos (8,5%) e máquinas,aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,9%).Expansões acima da médianacional foram registradas nos estados do Rio Grande do Sul (14,5%) e do Rio deJaneiro (8,6%).